Argentina poderá pagar dívida no país ou na França
Analistas dizem que a lei é uma tentativa do governo de Cristina Kirchner para contornar a decisão judicial dos EUA que determinou que a Argentina teria de compensar os fundos de hedge, que exigem o pagamento integral da dívida que entrou em default em 2001, antes de pagar investidores que detêm bônus emitidos após o primeiro calote. A determinação da corte norte-americana impediu o país de cumprir pagamentos programados para o dia 30 de julho, levando a Argentina a um segundo default em 13 anos.
"Aqueles que votaram a favor da lei estão defendendo a soberania nacional. Os que votaram contra estão do lado dos fundos 'abutres'", disse o chefe do gabinete presidencial Jorge Capitanich.
A nova legislação pode entrar em vigor antes de o país ter de pagar, no final do mês, juros de US$ 168 milhões sobre os bônus afetados pela determinação da justiça dos EUA. A lei dá ao governo argentino liberdade para depositar os pagamentos na Argentina ou na França, se os detentores dos papéis concordarem.
Também autoriza o governo a oferecer aos investidores a oportunidade de trocar os bônus reestruturados emitidos fora da Argentina por títulos da dívida sob jurisdição local.
A medida quer colocar a dívida argentina fora do alcance da justiça norte-americana, mas a estratégia tem seu risco, pois a corte dos EUA responsável pelo caso pode considerar o movimento ilegal e multar o governo argentino, criando uma nova tensão diplomática. Por enquanto, os EUA apenas têm pressionado para que ambas as partes negociem uma solução. Fonte: Dow Jones Newswires.
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