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Trimestre até agosto mostra construção menos confiante

10:10 | Ago. 26, 2014
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O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 9,9% no trimestre terminado em agosto ante igual período do ano passado, divulgou a instituição nesta terça-feira, 26. Depois de registrar piora por cinco meses consecutivos, o resultado de agosto revela uma relativa melhora em relação a julho, já que, na mesma base de comparação trimestral, a variação havia sido negativa em 10,3% no mês passado. Em junho, no entanto, o recuo registrado foi de 9,8%. Considerando a relação interanual mensal, a melhora do o ICST também foi mais acentuada. A variação do ICST foi negativa em -8,4% em agosto de 2014, ante queda de 12,4% em julho e de 8,9% em junho.

De acordo com a FGV, tanto na análise trimestral quanto na base interanual, a evolução favorável do ICST se deve à melhor percepção sobre à situação atual e em relação aos meses seguintes no setor. Em bases trimestrais, o Índice de Situação Atual (ISA) passou de -5,8% em julho para -5,5% em agosto. Em termos mensais, a variação passou de -9,2%, em julho, para -4,3%, em agosto.

Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE) também acompanhou a melhora do ambiente do setor. A variação interanual trimestral passou de -14,0% em julho para -13,5% em agosto. Em bases mensais, a taxa do IE passou de -15,1% para -11,7% entre os dois meses.

Dos 11 segmentos pesquisados, oito registraram evolução favorável da confiança, considerando as leituras interanuais trimestrais entre julho e agosto. No período, os destaques positivos foram os segmentos de Obras de Telecomunicações (de -5,1% para 6,0%); Obras de Acabamento (de -9,3% para -7,3%) e Obras de Arte Especiais (de -13,0% para -11,5%).

A FGV também explicou que a melhora relativa do ISA em agosto foi "resultado de movimentos convergentes dos quesitos que o compõem". Em bases trimestrais, o item que avalia a evolução recente da atividade passou de -6,5%, em julho, para -6,0%, em agosto. No mesmo sentido, o quesito situação atual dos negócios registrou estabilidade (de -5,0% para -4,9% no período). Na comparação do trimestre findo em agosto de 2014 ante igual período de 2013, houve diminuição da proporção de empresas que avaliaram que o nível de atividade aumentou (de 19,8% para 17,9%) e aumento das que avaliam que a situação atual dos negócios está boa (de 22,9% para 20,3%).

O quesito que mede a demanda nos próximos três meses foi o que mais influenciou positivamente o IE. A variação interanual trimestral passou de -15,6%, em julho, para -14,4%, em agosto. Neste âmbito, houve diminuição, de 33,0% para 22,8%, na proporção de empresas que preveem aumento da demanda no trimestre findo em agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013.

Na avaliação de Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, mesmo com a ligeira melhora, o resultado deste mês não aponta mudança significativa em relação ao cenário dos últimos meses. "Vale destacar que, na questão referente aos principais fatores limitativos à melhoria dos negócios, em agosto, pela primeira vez, a preocupação com a demanda superou a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada", disse. "Esta mudança retrata bem o momento de desaceleração da atividade e a incerteza do setor em relação aos próximos meses".

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