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Fipe reduz projeção para IPC de agosto para 0,49%

13:00 | Ago. 12, 2014
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Tipo Notícia
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, reduziu nesta terça-feira, 12, de 0,54% para 0,49%, a estimativa para a taxa de inflação de agosto na capital paulista. Em entrevista à reportagem, ele disse que a revisão para baixo na projeção está ligada a uma surpresa que a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) teve, na primeira leitura do IPC do mês, com o grupo Alimentação, que mostrou uma queda mais intensa e resistente do que a esperada nos preços.

Nesta terça, a Fipe divulgou que o IPC apresentou taxa de inflação de 0,21% na primeira quadrissemana de agosto, ante alta de 0,16% no encerramento de julho. A despeito desta leve aceleração, o grupo Alimentação mostrou uma intensificação da deflação, já que ela passou de 0,58% para 0,67% e respondeu sozinha por um alívio de 0,15 ponto porcentual (72,56%) de toda do resultado geral do indicador.

"Tivemos surpresas deflacionárias em itens nos quais não aguardávamos uma baixa tão forte", comentou Chagas. "Para o grupo Alimentação, havíamos previsto recuo de 0,40% na primeira quadrissemana e veio uma queda de 0,67%", destacou.

De acordo com o coordenador do IPC-Fipe, três componentes importantes da inflação paulistana vieram com baixas mais intensas que as previstas pelo instituto. O item óleos recuou 1,69%, ante projeção de queda de 0,57%; a carne bovina teve variação negativa de 1,82% (ante expectativa de declínio de 0,80%); e o segmento de Cereais veio com deflação de 5,76%, ante estimativa de recuo de 3,3%.

Segundo Chagas, o IPC só não veio ainda mais baixo porque o item energia elétrica, ainda em função do reajuste recente da tarifa da Eletropaulo, liderou o ranking de pressões de alta do indicador. Na primeira quadrissemana de agosto, o item subiu 5,33%, respondeu sozinho por 0,20 ponto porcentual do resultado geral e fez o grupo Habitação avançar 0,73%, ante variação positiva de 0,45% do fim de julho.

"Se não fosse a energia elétrica, teríamos uma inflação praticamente zerada", comentou Chagas. O coordenador reiterou que este item deve ser o grande vilão do IPC de agosto e disse que o grupo Habitação fechará o mês com uma elevação de 1,30%.

Quanto à Alimentação, a expectativa da Fipe é de que o grupo continue exercendo o papel de "mocinho da inflação" durante boa parte do mês. O instituto prevê que o conjunto de preços ainda caia 0,34% na segunda quadrissemana e 0,03% na terceira medição do mês. Para o fechamento de agosto, a projeção foi revista para baixo, de uma alta de 0,21% para uma leve variação positiva de 0,07%.

Na avaliação de Chagas, o atual panorama do IPC em São Paulo não é de maiores preocupações. "É um cenário de inflação comportada", disse. "Continuamos com uma previsão de taxa acumulada de 5,5% para o fim de 2014, mas com um viés de baixa", reiterou.

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