Produção da borracha cria 50 mil empregos no campo
Na avaliação de Fernando do Val Guerra, da Apabor, um dos riscos provocados pelo baixo preço provocado no mercado é a evasão do campo para a cidade. "É a última cultura de abrangência nacional que fixa a mão de obra no campo com qualidade, sendo totalmente dependente de mão de obra desde a catação de sementes, aos viveiros de mudas e à exploração do látex."
Em condições normais, diz ele, um "sangrador" - aquele que retira a borracha da árvore - recebe mensalmente algo em torno de R$ 1,8 mil. Dependendo da quantidade de pessoas em cada família, o valor pode dobrar ou até triplicar.
Remuneração
O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Paulo de Souza Gonçalves, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explica que boa parte dos trabalhadores adotam o sistema de parceria, em que recebe um porcentual da produção - é como o meeiro da lavoura de café. "Quando o preço estava mais alto, ele ganhava bastante dinheiro. Agora estão passando dificuldade", diz o pesquisador.
A outra forma de remuneração é fixa, com mais um porcentual de acordo com a produtividade. Nesse caso, o trabalhador tem registro em carteira. Gonçalves explica que, na produção paulista, o sistema que predomina é o de parceria, com remuneração variável conforme a produção.
Atualmente, o Estado de São Paulo é o maior produtor nacional: responde por 55,3% de tudo que é produzido no País - participação bem acima do segundo colocado que é a Bahia, com 15,9%. O Amazonas e o Pará, que já dominaram essa cultura, hoje têm uma participação mínima. Pelos dados da Apabor, juntos, Pará, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Amazonas e Acre, detém apenas 5,1% da produção nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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