Para Morales, banco do Brics acabará com neocolonialismo
O presidente do Uruguai, José Mujica, mostrou-se reticente sobre o início da atuação do Banco do Brics, criado ontem em Fortaleza durante cúpula do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "Os bancos são uma vaca que come muito até começar dar leite. Pode ser que em 2016, 2017 tenha algo, mas é bom", afirmou, ao sair da segunda parte da cúpula nesta quarta-feira, 16, em Brasília.
Quando questionado se a nova instituição financeira seria uma alternativa ao Banco Mundial, Mujica disse considerar a atuação das duas instituições complementares. "Acredito que quanto mais alternativas, melhor. O mundo financeiro é imprevisível, e a insegurança e volatilidade atuais são terríveis", afirmou.
O presidente do Uruguai criticou a necessidade de acumulação de reservas internacionais como "colchão" para reagir a crises financeiras. "Meu país é muito pequeno, tem um PIB de US$ 50 bilhões e uma reserva de US$ 18 bilhões. Isso é um disparate! Por que temos isso?", questionou. "Porque amanhã podemos ter um desastre e precisamos de uma lona para nos cobrir. Por isso, temos esse capital parado", respondeu.
Sobre a reestruturação da dívida argentina, afirmou que é preciso criar outro mecanismo para tratar do assunto. "Querem comer um pedaço de uma vaca morta", afirmou, completando que sabia de cor o discurso que Cristina Kirchner fez no encontro de hoje. "Já ouvi três ou quatro vezes", afirmou.
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