Movimentos sociais protestam contra Cúpula dos Brics

Representantes de movimentos e organizações sociais dos países dos Brics realizaram, na tarde de ontem, um protesto contra o modelo de desenvolvimento econômico adotado pelas nações do grupo. O ato, que reuniu cerca de 100 pessoas, faz parte da programação do encontro “Diálogos sobre Desenvolvimento: o Brics na perspectiva dos povos”, realizado de segunda-feira, 14, até hoje no Hotel Wirapu’ru.

 

O protesto teve início às 17 horas e seguiu pela avenida Dedé Brasil até a praça da Serrinha, no bairro de mesmo nome. A manifestação bloqueou durante cerca de uma hora duas faixas da via, provocando engarrafamentos no trânsito do entorno.

 

“A gente quer ocupar as ruas para dizer qual o modelo de desenvolvimento que nós queremos, um modelo que rompa com o patriarcado, com o racismo e que valorize as comunidades tradicionais. Temos uma alternativa e ela é construída com o povo e com os movimentos sociais”, afirmou a integrante da Marcha Mundial das Mulheres e uma das organizadoras do protesto, Mariana Lacerda.

 

Segundo Mariana, representantes de cerca de 25 movimentos sociais participaram da passeata. Ao som dos tambores das representantes da Marcha Mundial das Mulheres, demandas de diferentes organizações sociais internacionais eram reivindicadas.

 

Para a sul-africana Mercia Andrews, integrante da Rural Women Assembly of South Africa, é importante que as sociedades civis dos países pertencentes ao bloco se articulem em torno de interesses comuns. “O nível de exploração e a criminalização das nossas reivindicações é comum entre os países. Temos muitas similaridades e podemos construir agendas em comum”, afirma.

 

O encontro “Diálogos sobre Desenvolvimento” prossegue até hoje e deverá promover, às 14h30min, uma plenária final para discutir possíveis articulações entre os movimentos sociais dos países dos Brics. (Liana Costa)

 

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