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Fiergs espera medidas impopulares após eleições

14:00 | Jul. 18, 2014
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O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), José Heitor Müller, afirmou nesta sexta-feira, 18, que o setor aguarda para depois das eleições uma série de medidas "impopulares" para impulsionar a economia e favorecer a competitividade brasileira. "A nossa indústria não cresce desde 2007 praticamente", disse em entrevista coletiva na capital gaúcha. "É urgente, portanto, que se mexa na questão da economia brasileira, que teve um momento muito bom no passado recente, numa aposta de beneficiar o consumo. Só que aparentemente hoje já não faz tanto efeito."

Ele citou o aumento do preço dos combustíveis como uma ação impopular, mas necessária. "A nossa Petrobras está com muita dificuldade, e isso não é bom. Ela precisa de um realinhamento (de preços) meio urgente", disse.

Müller conversou com jornalistas antes de tomar posse para seu segundo mandato à frente da Fiergs, em cerimônia que ocorrerá hoje às 20 horas, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Ele interrompeu duas vezes a entrevista para atender ligações da equipe do Palácio do Planalto, que estava reorganizando a agenda de Dilma no Rio Grande do Sul. A programação original previa uma agenda em Uruguaiana hoje à tarde, para sobrevoar locais atingidos pelas chuvas, mas o compromisso foi transferido para sábado. A participação no evento da Fiergs foi mantida.

O presidente da entidade evitou responder se faria algum pedido especial do setor à presidente na noite de hoje, mas se queixou da intervenção do governo federal na economia. "Acho que qualquer interferência é demais", disse. Ele criticou especialmente a falta de previsibilidade para os empresários. "Nossa questão (no Brasil) é que as intervenções são muito de curto prazo sempre. Para a indústria isso é ruim. Quando você começa a investir, aquilo que está valendo cai. Precisamos de modelos mais perenes", afirmou.

Segundo ele, buscar a melhora do ambiente de negócios estará entre as prioridades de sua nova gestão, assim como a simplificação do sistema tributário brasileiro e o aumento da produtividade. A redução da taxa de juros também está na lista, algo que, segundo ele, deve ocorrer já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que na última quarta-feira decidiu manter a Selic inalterada em 11% ao ano.

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