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Economistas do Real se destacaram no setor privado

09:50 | Jul. 02, 2014
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Personagens estelares da academia brasileira dos anos 1970 e 1980, os quatro pais do Plano Real passaram, nas duas décadas seguintes por cargos estratégicos do governo federal e por destacadas cadeiras no mercado financeiro nacional.

A dupla André Lara Resende e Pérsio Arida, conhecida como "Larida" nos anos 1980, desenvolveu a ideia da "moeda fictícia", que deveria atrair para si a inflação acumulada na moeda em vigor, seja o cruzado ou o cruzeiro, e servir de "limpeza" para a remonetização, isto é, a troca de moedas. Essa foi a base da Unidade Real de Valor (URV), que preparou o caminho para a nova moeda, o real. Isso foi no tempo da academia.

Entre 1993 e 1994, André Lara era um dos sócios controladores do banco Matrix, fundado com Luiz Carlos Mendonça de Barros. O Matrix era um banco de investimento, com atuação no mercado de futuros, operando com contratos de juros e de câmbio. Mais tarde, ambos estariam lado a lado novamente, mas no governo federal. Em 1998, Mendonça era ministro das Comunicações e André Lara o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Já Pérsio Arida, que foi presidente do Banco Central entre janeiro e julho de 1995, estaria, na campanha pela reeleição de FHC, em 1998, à frente do banco Opportunity, fundado por Daniel Dantas cinco anos antes. Arida já era casado com sua atual esposa, a economista Elena Landau, na época diretora de desestatização do BNDES, presidido por André Lara Resende.

Já Gustavo Franco e Edmar Bacha, que nunca perderam os laços com a PUC-RJ, também têm passagens pelos setores público e privado. Bacha foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1995, e depois do governo FHC assumiu o conselho de administração do banco de investimento BBA, fundado por Fernão Bracher, e depois vendido ao Itaú. Bacha permaneceu à frente do BBA até dezembro de 2010. Franco, por sua vez, assumiu a presidência do BC entre julho de 1997 e janeiro de 1999, quando deixou o governo. No fim do mesmo ano, fundou a Rio Bravo Investimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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