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Dilma: Brics não abrirão mão de instituições como FMI

12:40 | Jul. 16, 2014
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 16, após participar de café da manhã com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não estão abrindo mão da presença em outras instituições multilaterais após a criação do Banco do Brics.

"Me perguntaram ontem (na cúpula dos Brics, em Fortaleza) se (isso) significaria por acaso abertura, que nós estávamos abrindo mão de nossa presença em outras instituições multilaterais. De maneira alguma. Um dos pontos de pauta de ontem foi o problema da reforma acertada no G20 das instituições financeiras multilaterais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), por exemplo", disse Dilma.

"Na distribuição de cotas do FMI, não tem refletido o poder, a correlação de forças econômicas dos países que integram o G20, que são as 20 maiores economias do mundo. O que nós reivindicamos é que haja aquilo que foi acertado quando da criação do G20 e toda a reação diante da crise de 2007/2008 foi acertado que haveria essa adequação. A representação econômica dos países seria refletida no acordo de cotas", afirmou a presidente.

Segundo Dilma, os Brics não têm "o menor interesse" em abrir mão do FMI. "Pelo contrário. Temos interesse em democratizá-lo e torná-lo mais representativo. O novo banco do Brics não é contra, ele é a favor de nós. É diferente. É uma postura completamente diferente. E terá sempre uma postura diferenciada em relação aos países em desenvolvimento", comentou Dilma.

A presidente afirmou ainda que a criação do novo banco não cria uma possível independência do Brasil em relação ao FMI porque, na sua avaliação, o Brasil não é dependente do FMI. "Eu não diria isso (que a criação do novo banco cria independência em relação ao FMI), porque não sou dependente do FMI. Nós nunca mais dependemos do FMI. O FMI nunca mais dirigiu a política brasileira. A nossa relação com o FMI passou de relação devedora para credora. Diante da crise em 2008, 2009, 2010, e mesmo 2011 e 2012, nós contribuímos com recursos para estabilizar algumas situações", disse Dilma.

Dilma disse também que vai levar um tempo para o Banco do Brics estabelecer a sua sede e começar as reuniões. Sobre a concessão de empréstimos, a presidente disse que a futura instituição vai olhar com "generosidade" os pedidos (de outros países), mas se guiar por padrões de "boa gestão".

Para a presidente, a 6ª cúpula do Brics marca um momento significativo "não só no curto prazo", mas no "longo prazo". "De fato ele (o Banco do Brics) reflete um mundo mais multipolar", avaliou Dilma, que recebe ainda hoje, no Palácio do Itamaraty, presidentes da América do Sul e do Brics para dar continuidade à cúpula do grupo.

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