Queda no atacado derruba IGP-DI em maio, diz FGV

Embora tenha havido desaceleração nos preços do varejo, as quedas no atacado foram generalizadas e estão por trás da deflação de 0,45% registrada no IGP-DI de maio, conforme anunciou nesta sexta-feira, 06, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador veio abaixo do piso das projeções, mas o superintendente adjunto da Superintendência de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Salomão Quadros, não apontou nenhum preço fora da curva: a deflação no atacado foi generalizada. "O que não caiu no IPA? Difícil de encontrar", afirmou Quadros.

O IPA-DI caiu 1,22% em maio, ante uma alta de 0,27% em abril. Segundo Quadros, estão por trás do movimento uma acomodação, e correção em alguns casos, dos preços agrícolas após a estiagem do início do ano; e o fim do ciclo de valorização do câmbio desde o início do ano.

No entanto, os efeitos do esfriamento da atividade econômica, como reação à política monetária mais apertada, já podem estar sendo sentidos nos preços industriais do atacado. "O ciclo de valorização do câmbio já foi, mas as deflações seguem. Um comportamento mais generalizado pode incorporar os efeitos de uma redução da atividade indústria", disse Quadros.

Segundo o pesquisador, a transmissão da deflação no atacado para o varejo já começou, mas ainda terá repercussões em junho. No IPA-DI, os preços de alimentos processados passaram de alta de 0,94%, em abril, para alta de 0,04% em maio.

"Não tem novas pressões", disse Quadros, lembrando que, no IPC-DI (0,52% em maio, ante 0,77% em abril), os gêneros alimentícios desaceleraram de 1,84% (abril) para 0,31% (maio), mas o movimento foi muito ligado à queda dos preços dos alimentos in natura. Ou seja, o recuo na inflação de alimentos processados ainda não chegou totalmente ao consumidor.

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