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Produtividade é o maior desafio do Brasil, avalia BTG

12:15 | Jun. 10, 2014
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O desafio do Brasil não é a inflação ou a conta corrente, mas a produtividade, na opinião do presidente do BTG Pactual, André Esteves. "É muito caro produzir no Brasil. É muito difícil e complexo fazer negócios no Brasil. Essa é a agenda para o próximo governo", afirmou ele, durante debate no LAC Global Summit, organizado pelo BID e pela Prefeitura de São Paulo.

Esteves destacou a necessidade de se falar menos de inflação, câmbio, juros e contas externas e focar o debate na produtividade. Para ele, o País "sabe a receita, o que precisa ser feito e o que não deve ser feito". "A melhora da produtividade no Brasil passa pelo sistema tributário. O Brasil tem uma coleta fiscal em torno de 37% do PIB que é incompatível com uma economia com o estágio de desenvolvimento do País", afirmou.

Sobre a infraestrutura, Esteves disse que é uma agenda do País e que "estamos caminhando". Ele comentou ainda sobre o desafio da educação no longo prazo.

No mundo

O presidente do BTG Pactual traçou um cenário mais otimista para a economia global do que o esperado por alguns economistas ao redor do mundo. Na visão dele, a economia norte-americana se recupera, a Europa conseguiu superar aquele que foi, aparentemente, o momento mais delicado para o futuro do bloco e do euro e a China faz um movimento de desaceleração já esperado. Por isso, o cenário para os próximos anos é mais favorável do que os atuais indicadores podem sugerir, o que abre espaço para que regiões como a América Latina atraia investimentos. "Temos um cenário benigno sobre qualquer aspecto ao longo dos próximos anos", destacou o executivo.

Após fazer breves comentários sobre Estados Unidos e Europa, Esteves destacou o momento particular pelo qual passa a economia chinesa. "A China tem nos surpreendido com sua capacidade de navegar bem por desafios e tem sido ao longo das últimas décadas o grande motor do crescimento. Não podemos imaginar nada de muito diferente do que estamos vendo", destacou Esteves. "A desaceleração deliberada tem sido feita até agora de forma bastante ordenada", complementou.

Esse cenário abre possibilidades para a atração de investimentos em diversas regiões do mundo, incluindo a América Latina. "É um momento de oportunidade de poder avançar questões estruturais e oferecer opções de investimento para capital que está ansiosamente em busca de oportunidades no mundo", destacou.

A análise foi compartilhada pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. "Vemos um cenário bom (para a América Latina), mas também desafiador porque os preços das commodities não ajudarão tanto. A América Latina precisará encontrar forças para se desenvolver", disse.

Para tanto, Coutinho acredita que a região precisará dar andamento ao movimento de inclusão social, assim como apostar em investimentos nas áreas de infraestrutura e energia.

Além disso, os países precisam estar atentos à importância da inovação para o crescimento da região, tema no qual Coutinho teve o apoio do presidente da AES, Andres Gluski. O executivo destaca que a China não conseguirá manter o ritmo de crescimento, por isso não manterá a mesma taxa de expansão de consumo de commodities exportadas a partir da América Latina.

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