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Inflação se mantém alta e com resistência, diz Hamilton

12:00 | Jun. 26, 2014
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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou, durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na manhã desta quinta-feira, 26, que a inflação em 12 meses permanece elevada e mostrando "alguma" resistência. No entanto, ele avaliou que o choque de alimentos que havia em março foi revertido, a despeito de ainda observar pressões localizadas de preços nos mercados de commodities.

A avaliação de Hamilton é de que a inflação ao consumidor permaneceu elevada e ainda mostrando resistência desde último RTI. Ele lembrou que em março, data da divulgação do documento anterior, se imaginava que o choque de alimentos seria revertido "E de fato isso ocorreu", frisou. Ele ponderou que a inflação mensal ao consumidor, no período, recuou, mas em 12 meses permaneceu elevada.

O diretor avaliou que nos próximos trimestres, projeções indicam inflação em doze meses elevada e que a inflação tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte relevante. "A mensagem que a gente tira dessa história brasileira é que o caminho do crescimento passa pela estabilidade de preços", afirmou Hamilton. "Não é suficiente, mas é necessário", afirmou. "Inflação baixa e estável é pré condição para o crescimento sustentável", defendeu. Segundo Hamilton, houve reversão de pressões de preços no segmento alimentação desde o último relatório.

Na apresentação divulgada à imprensa, Hamilton afirmou que riscos para a estabilidade financeira global permanecem elevados e que há perspectivas de atividade global mais intensa ao logo do horizonte relevante. A apresentação do diretor trouxe ainda a avaliação de que há perspectivas de moderação da dinâmica dos preços das commodities, apesar de pressões localizadas na margem. O documento informou que é provável que se observem novas rodadas de tensão e de volatilidade nos mercados de moeda.

Hamilton ponderou ainda que no horizonte relevante, há perspectivas de aumento gradual da inflação global. "Em economias emergentes o ritmo de atividade não corresponde às expectativas", disse Hamilton.

Crescimento menor

Hamilton avaliou que o crescimento da economia está abaixo do que poderia ser e contribui para o controle de inflação. A afirmação foi feita depois de Hamilton ser questionado sobre o significado do "econômes" da expressão "deslocamento do hiato para o campo desinflacionário". "Os dois são sinônimos", respondeu.

O diretor concede entrevista neste momento para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado hoje. Hamilton afirmou que, "em termos de mensagem política", o Comitê de Política Monetária (Copom) destaca que "em momentos como o atual, a política monetária deve se manter vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária".

Cenário global

A expectativa dos agentes de mercado é de que economia global cresça mais em 2014 do que no ano passado, e que em 2015 cresça mais do que neste ano, e que em 2016 também seja mais elevada que no ano anterior. "A distribuição deste movimento é assimétrica entre blocos econômicos, pois na área do euro essa diferença deve ser maior", afirmou Hamilton sobre o assunto. "Na América Latina, a evolução das economias deve ser semelhante, com crescimento ligeiramente maior que o do ano passado", acrescentou.

Segundo o diretor, essas expectativas são corroboradas por estimativas feitas por bancos centrais e organismos multilaterais. "Em termos de preços, os agentes esperam certo crescimento da taxa de inflação global nesse período, saindo de 2,5% em 2013 para 2,8% em 2015. Esse crescimento da inflação também é assimetricamente distribuído", relatou. (Colaborou Laís Alegretti)

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