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IBGE: indústria e comércio mais fracos afetam serviços

10:40 | Jun. 17, 2014
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A retração registrada pela indústria e pelo comércio em abril explica a desaceleração no segmento de serviços no mesmo mês. Na passagem de março para abril, as vendas do comércio varejista caíram 0,4%, enquanto a produção da indústria recuou 0,3%. No mesmo período, o crescimento da receita bruta nominal dos serviços caiu de 6,8% para 6,2%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Os serviços atuam de forma complementar ao segmento industrial e comercial. No mês de abril, teve retração nessas atividades, e os serviços acompanham essa tendência. A indústria caiu 0,3%, e o comércio teve retração de 0,4% (frente ao mês anterior). Como não é deflacionado, o índice nominal dos serviços ficou em +6,2% (em relação ao mesmo mês do ano passado, a menor taxa desde março de 2013)", justificou Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Na passagem de março para abril, houve desaceleração em dois dos três principais setores de serviços. A atividade de serviços de informação e comunicação saiu de alta de 6,7% em fevereiro para 4,4% em março, e depois para 3,7% em abril. Os serviços tinham crescimento de 9,3% em fevereiro, passaram a 8,8% em março, e 5,2% em abril.

"Serviços de informação e profissionais foram os que contribuíram para esse crescimento menor do setor de serviços", disse o técnico do IBGE. "Aqueles segmentos que têm maior peso na estrutura do setor de serviços são os de informação, profissionais e transportes. Os que são mais pesados são justamente os mais sensíveis às demandas empresariais", acrescentou.

O segmento de transportes, serviços auxiliares de transportes e correio, embora tenha mantido crescimento de 8% na receita em março e abril, vinha de uma alta de 14,7% em fevereiro. O transporte terrestre, que responde sozinho por 17,5% de toda a pesquisa, cresceu apenas 3,6% em abril, após altas de 7,1% em março e 11,8% em fevereiro. A queda na produção industrial brasileira foi o que prejudicou o resultado do transporte terrestre, apontou Saldanha.

"O principal peso (no transporte terrestre) é transporte de carga. Uma vez que ocorre uma retração na indústria, a tendência desse segmento é se retrair também, porque tem menor demanda de matéria-prima como também menor volume da produção industrial", explicou Saldanha.

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