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FGV não espera crescimento robusto, nem recessão

13:20 | Jun. 17, 2014
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A economia brasileira está em um nível de crescimento modesto, andando de lado, mas não deve entrar em recessão, pelo menos até o fim do ano. Esta é a avaliação do economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), ao comentar os resultados dos Indicadores de Ciclo da Economia Brasileira do mês de maio, divulgados nesta terça-feira, 17, pelo Ibre/FGV e pelo Conference Board. "Os dados não estão sinalizando uma situação boa à frente, mas também não é tão ruim a ponto de se imaginar que tem um recessão prestes a acontecer", disse.

De acordo com o levantamento, o Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil, que mede as perspectivas para o panorama econômico, caiu 1,5% em maio, para 121,7 pontos, registrando a quinta retração mensal consecutiva. De acordo com o especialista, o resultado foi influenciado por indicadores ligados à confiança, como os índices de expectativas dos setores de serviços, da indústria e do consumidor, pesquisados pela FGV, e também pelo principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa.

"Por um lado, temos a deterioração de fundamentos econômicos, com indicadores apontando queda no nível atividade, e, por outro, há um cenário de incertezas ligado à Copa do Mundo", explicou. "As dúvidas vão desde o impacto de manifestações sobre o fornecimento logístico e o funcionamento do comércio e das consequências de paralisações programadas e férias coletivas sobre a atividade". Estes fatores influenciaram negativamente a expectativa dos agentes econômicos de vários setores que, por sua vez, pesou sobre o IACE, avaliou Picchetti.

O Ibre/FGV e o Conference Board apuraram também que o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mede as condições econômicas atuais, permaneceu estável em maio, na marca dos 128,6 pontos. Segundo Picchetti, o desempenho "muito modesto" do ICCE revela um cenário de desaceleração. "Não se trata de recessão, mas não há perspectiva de retomada de crescimento robusto à frente", ponderou o economista.

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