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Desaceleração do crédito enfraqueceu varejo, diz IBGE

11:20 | Jun. 12, 2014
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Tipo Notícia
A desaceleração no ritmo de concessões de crédito e a redução de incentivos fiscais explicam o resultado mais fraco do varejo este ano, segundo Nilo Lopes, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta quinta-feira, 12, mostram que, em 2014, o volume vendido pelo varejo restrito cresceu apenas em janeiro (0,4%). Em fevereiro, as vendas ficaram estagnadas e recuaram nos dois meses seguintes: março (-0,5%) e abril (-0,4%). O comércio varejista teve o pior mês de abril desde 2003, quanto as vendas também caíram 0,4%.

"Não resta duvida se a gente analisar a política de crédito e a política de incentivo a setores, em relação ao ano passado, esse ano a gente está numa situação um pouco mais desfavorável. O crédito está seguindo uma tendência bem menor que a do ano passado. Os incentivos que foram dados a veículos foram retirados, os que foram dados a outros setores diminuíram um pouco, as alíquotas que eram menores subiram um pouco", lembrou Lopes.

Segundo o técnico do IBGE, o mercado está habituado a ver o comércio com uma taxa de crescimento anualizada em torno de 10%, mas agora o setor cresce a 5%. "A indústria não ia tão bem, mas o comércio crescendo a 10% dava para compensar um pouco isso. Só que agora o comércio caiu, está com taxa de crescimento pela metade, e a indústria ainda não está com fôlego suficiente. Então estão dizendo que nem o comércio salva, mas na verdade o comércio não está tão ruim assim", afirmou.

A média móvel trimestral das vendas no varejo, que amortece movimentos pontuais de queda ou de alta, ficou em -0,3% em abril, após já ter apresentado recuo de 0,1% em março. "Pela média móvel, o que dá para ver aqui é que na ponta há uma tendência de queda, há uma leve redução de ritmo de crescimento ou de reversão de ritmo de crescimento", disse Lopes. "Se a gente pegar pela média móvel, o resultado do comércio está mal. Mal não, mas piorou nos últimos meses", acrescentou.

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