Participamos do

ARX: medidas do pacote já foram usadas sem sucesso

18:50 | Jun. 18, 2014
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia
As medidas para o setor produtivo anunciadas na tarde desta quarta-feira, 18, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não são suficientes para melhorar a indústria ou as perspectivas para o crescimento econômico, avalia a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour. "As medidas anunciadas já foram utilizadas no passado e não resolveram o problema da competitividade, não trouxeram crescimento da indústria", diz a economista.

Mantega anunciou em Brasília medidas como a continuidade do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) até o final de 2015, a volta do Reintegra e a mudança nas condições do programa de refinanciamento de dívidas fiscais (Refis). A intenção do governo foi atender a setores específicos, mas o pacote não é capaz de retomar a confiança do empresariado como um todo, aponta Solange. "Na verdade, o PSI teve uma importância grande quando foi implementado, mas agora não esta incentivando o investimento", exemplifica.

"O anúncio do Mantega mostra, mais uma vez, que eles não estão perseguindo a volta da matriz econômica antiga", disse Solange. "O governo continua incentivando setores específicos no lugar de tratar de forma correta a questão da produtividade e da confiança", comentou. Para aumentar a confiança do setor empresarial, diz a economista, é preciso entregar superávit alto e inflação mais próxima da meta. Para a economista, no ritmo atual, não seria uma surpresa se o governo adotasse novas medidas de estímulo ao consumo. "O que, apesar de agradar a determinados setores, não melhoraria a expectativa de crescimento", apontou.

Refis e superávit.

Solange diz ainda que o Refis têm impacto importante na arrecadação. Só para 2014, o governo estima arrecadação de R$ 12 bilhões pelo refinanciamento de dívidas. No entanto, de acordo ela, a arrecadação prevista com o Refis "facilita pouco" o cumprimento da meta de superávit primário. "A meta de 1,9% do PIB não é factível em hipótese alguma. Mas pode ser que ocorram novos malabarismos", avaliou.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente