Sistema financeiro é bem capitalizado, diz Tombini
Tombini afirmou ainda que o Brasil é um país amistoso a capitais estrangeiros e que hoje os estrangeiros financiam cerca de 17% da dívida pública. "O investimento estrangeiro direto (IED) deve atingir US$ 63 bilhões neste ano", afirmou. De acordo com Tombini, o déficit de conta corrente neste ano deve ficar um pouco menor do que no ano passado. "O Brasil tem condições econômicas sólidas", afirmou.
Ele destacou também que o BC, desde abril do ano passado, vem apertando sua política monetária e que é isso é "bom". "A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante e responsabilidade fiscal", afirmou. Tombini deu as declarações durante palestra promovida pela Câmara Brasil-Israel, em São Paulo.
Câmbio flutuante
O presidente do Banco Central destacou que o Brasil tem condições econômicas sólidas e que no contexto de transição global é relevante que as ações do governo na área monetária e fiscal sejam de aperto. "É bom ter um certo aperto de suas políticas", destacou. Além do BC ter se antecipado em abril de 2013, na adoção de um ciclo de alta de juros antes do fortalecimento do debate internacional sobre a normalização da política monetária nos EUA, o Poder Executivo no País explicitou em fevereiro deste ano uma meta de 1,9% do PIB para o superávit primário neste ano.
"A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal", destacou Tombini. Ele ressaltou que o real se desvalorizou ante o dólar nos últimos 24 meses, devido especialmente à política de câmbio flexível. No entanto, dentro do contexto de mitigar processos de excessiva volatilidade, o BC propiciou "um programa de fornecimento de proteção cambial para a economia", referindo-se à diária atuação da autoridade monetária para o fornecimento de dólares ao mercado, que deve vigorar até o fim de junho. "O BC oferece proteção a mudanças de preços relativos", ponderou.
Tombini destacou que o ingresso de capitais no Brasil se intensificou nos últimos meses e citou que esta não é uma questão de diferencial de juros no País em relação ao resto do mundo, pois num período anterior havia um patamar de juros relevante, e mesmo assim a entrada de recursos era menor. "O importante não é o diferencial de juros, mas a relação retorno e risco", disse. A frase enfatizou que o Brasil é uma economia sólida e que isso é o principal fator de atração de investimentos ao País.
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