FGV: índice de difusão do IPC-S atinge 75,29% em abril
Além do indicador de difusão, outro indício de que a inflação está em patamar incômodo é o comportamento do núcleo, que, ao contrário do IPC-S, avançou entre março e abril, de 0,55% para 0,62%, patamar bem acima do registrado em abril de 2013, de 0,45%. Em 12 meses até abril, o núcleo acumula alta de 5,36% e o IPC-S, 6,36%. Em abril de 2013, o núcleo em 12 meses estava em 5,23%. "Os núcleos mostram que a inflação não está confortável. Fica claro que o problema não é choque de oferta", disse Picchetti.
Previsão
Picchetti informou também que a inflação medida pelo IPC-S de maio deve ficar em 0,50%. Se confirmada a previsão, o indicador acumulado em 12 meses passaria dos atuais 6,36% até abril para 6,55%. Portanto, acima do teto da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,50%.
A aceleração do índice em 12 meses se dará porque o IPC-S de maio de 2013, que sairá dos cálculos, foi bem mais baixo, de 0,32%, do que a previsão para este mês.
Com isso, perguntado sobre se haveria alteração na atual projeção para o IPC-S fechado de 2014, de 6,30%, o coordenador afirmou que é preciso aguardar os próximos meses. "A princípio, a projeção está mantida. Se na virada do próximo semestre a descompressão, principalmente de alimentos, não for maior, a expectativa será revisada", disse. De acordo com ele, o IPC-S em 12 meses deve seguir em trajetória ascendente até bater no pico de 7% em algum momento do terceiro trimestre para, então, desacelerar.
Picchetti informou, contudo, que para que o IPC-S feche o ano em 6,30% serão necessárias taxas médias mensais de inflação de 0,35%, cenário que não é de todo improvável. "Há alguns meses que sazonalmente costumamos ter até deflação", lembrou. Em abril de 2013, Picchetti recordou que a taxa média mensal dos oito meses restantes para o encerramento do ano ficou em 0,37%.
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