Desonerações ampliam desafio do cenário fiscal, diz MCM
Segundo o economista, mesmo sem contar com a permanência das desonerações, o cenário fiscal de 2015 já exigia "grandes desafios" para cumprimento da meta. "Tínhamos a previsão de um superávit de 2% do PIB no que vem. Já não ia ser fácil, agora com essa decisão o governo vai ter que buscar arrecadação em outro lugar", disse. Madeira acredita que, para compensar a medida, o governo provavelmente vai manter a elevação do IPI para veículos e bebidas frias.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a previsão do impacto da desoneração da folha de pagamento para 56 setores é de R$ 21,6 bilhões neste ano e que o volume da renúncia fiscal pode crescer nos próximos anos, conforme mais contratações forem feitas pelas empresas.
Madeira disse que a decisão, a princípio, não altera as projeções de um superávit fiscal de 2% no ano que vem. "O que aumento é o risco de não se cumprir essa meta", reforça. Para este ano, a consultoria trabalha com a estimativa de 1,3% do PIB, abaixo da meta do governo de 1,9%.
Questionado se acreditava que a permanência da desoneração era uma medida política do governo para agradar empresários por conta do ano eleitoral, Madeira ponderou que a decisão mostra que o governo percebe a situação ruim da economia. "(A decisão) mostra que o governo está preocupado com a atividade que não anda, com um crescimento do PIB que deve ser baixo e com o baixo nível de confiança", afirmou. "A pressão aumentou e o fiscal vai pagar a conta", disse.
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