Reajustes de energia podem elevar IPCA em até 0,12 ponto
Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apesar de algum efeito no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mensal, o mercado não deve mudar fortemente, por enquanto, as expectativas para a inflação do ano. As projeções, no entanto, estão cada vez mais próximas do teto da meta, definida em 6,5%, o que aumenta o risco de estouro desse limite.
No boletim Focus divulgado nesta semana pelo BC, a previsão mediana dos analistas financeiros para a inflação do ano subiu de 6,3% para 6,35%. "Não acho que esses reajustes vão mudar muito as projeções de inflação para o ano além do que já apareceu no Focus dessa semana", ponderou Bruno Rovai, economista do Barclays.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, faz avaliação semelhante. "Como o último relatório trimestral de inflação já havia alertado para esses reajustes e o BC, no documento, havia mexido nas previsões para o grupo de preços administrados, as projeções que estão no Focus já incorporam os reajustes dados pela Aneel", explicou. Ele pondera que o impacto do reajuste no custo de vida não deve se restringir apenas a abril, em maio pode haver um "efeito residual" de 0,05 ponto porcentual no IPCA.
Para a Tendências Consultoria Integrada, apenas levando em conta o reajuste dado a Belo Horizonte, de 14,76%, haverá impacto de 0,04 ponto porcentual no IPCA de abril. Com as correções anunciadas pela Aneel, a consultoria decidiu revisar suas projeções para o custo da energia em 2014, de 8% para 11,3%.
"Nosso cálculo não leva em conta o custo de térmicas este ano. O governo deixou claro que reajustes devem ser repassados a partir de 2015", disse Adriana Molinari, economista da Tendências. Segundo ela, a instituição vai alterar a previsão para o IPCA fechado do ano de 6% para 6,3%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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