Prefeitura de Pirapora reclama de aviso tardio
Segundo Santos, o município precisa de R$ 2,4 milhões em investimentos e de 60 a 90 dias para instalar um novo sistema de captação, com bombas, para puxar a água quando ocorrer a redução no volume de água dos atuais 250 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 150 m3/s, como determinou o Operador Nacional do Sistema (ONS).
O tamanho da redução proposta pelo ONS causou estranhamento por uma razão simples: "Em 2001, por causa do racionamento, um momento difícil, ficou estabelecido que o volume mínimo seria 300 m3/s e nunca pensamos que pudesse cair abaixo disso, mas o ONS avisou que baixaria para 250 m3/s", diz Santos. "Fizemos a nossa parte e interrompemos o abastecimento da cidade duas vezes para reformar e limpar os canais e conseguimos aproveitar um volume menor de água, mas abaixo disso não temos condição de captar a água."
Racionamento
Segundo especialistas em água e energia ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, que não querem ser identificados, a situação poderia ser menos grave se a água de Três Marias tivesse sido poupada. "O ONS se recusa a falar em racionamento de energia e o resultado disso é o racionamento de água", diz um especialista do setor.
O lago de Três Marias é vital para o setor elétrico. Pode suprir uma cidade com 850 mil habitantes. Mas está com 18% da capacidade. Se baixar mais, não apenas pode deixar de gerar a energia esperada, como afetar o abastecimento em dezenas de municípios junto ao São Francisco, diz outro especialista.
Procurada, a Cemig comunicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o porta-voz para tratar do tema é o ONS. Em nota, o ONS declarou que: "Na atual situação, de baixas condições hidrológicas do período úmido em curso, o ONS está adotando, dentro de sua filosofia de operação, medidas adicionais objetivando preservar ao máximo os estoques de água desses reservatórios." A nota diz que "como alguns reservatórios envolvem questões ambientais ou de uso múltiplo da água, a redução de vazão tem sido realizada em conjunto pelo MME, Aneel, ANA, ONS e agentes envolvidos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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