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Presidente do BID defende reformas estruturais no Brasil

08:10 | Mar. 29, 2014
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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno, disse ontem (28) ainda "ter esperança" na retomada do crescimento econômico do Brasil. Fez, porém, ressalvas à administração pública. Para ele, é necessário que o País "faça esforços" para promover reformas estruturais na economia e melhorias na capacidade produtiva - em especial nas áreas de infraestrutura e educação. Além disso, Moreno ressaltou que o Brasil precisa "ficar atento com a gestão" e "administrar de forma mais eficiente".

Liderando o encontro anual dos governadores do BID, que está sendo realizado no complexo hoteleiro de Costa do Sauipe, no município de Mata de São João, litoral norte da Bahia, até amanhã, Moreno comparou o momento atual do Brasil àquele que o País atravessava na última vez em que esteve na Bahia, há três anos. "Não sei se era uma situação melhor, mas era uma época em que todo mundo acreditava que o Brasil estava decolando, que o País era referência de crescimento, capa de revista internacional", lembrou. "Esse tempo passou, mas continuo esperançoso."

Segundo o presidente do BID, a conjuntura internacional dificulta a retomada do crescimento no ritmo de há alguns anos, mas há esforços que o Brasil deveria fazer para conseguir avanços mais consistentes. "O tema �reformas estruturais� é daqueles dos quais é muito mais fácil falar do que fazer", ponderou. "Em ano eleitoral, é impossível, em qualquer parte do mundo, fazer reformas profundas, mas, para o futuro, é um dever do Brasil encontrar uma maneira para fazer suas reformas." Moreno citou exemplos de países da região que estão conseguindo promover reformas estruturais - e os apontou como os que mais avançam.

"As reformas conduzem, sem dúvida, a um maior desenvolvimento", afirmou. "A América Latina vai ter um crescimento de 3,5% em 2014, que é uma taxa constante na região, e os países que vão melhor no momento, como a Colômbia, estão promovendo reformas nas suas economias", argumentou. "Todos os países têm de fazer, mas não é fácil. O México tem conseguido fazer grandes avanços nessa área, mas eles construíram um quadro político, um consenso, que permitiu essa situação. Foi um processo de muita negociação, que tomou tempo."

O presidente do BID, porém, cita o passado recente do País para explicar sua esperança no avanço brasileiro. "Percebo algum pessimismo no mercado sobre o Brasil, mas me mantenho otimista, porque se a gente olhar o que aconteceu com o País na última década, foi algo impressionante, em termos de crescimento e mobilidade social", disse.

"Foram 40 milhões de pessoas que saíram da pobreza. Isso, claro, gerou tensões sociais, porque é muito difícil que um país acomode uma nova realidade como essa com tal velocidade." Outro fator que poderia sinalizar melhores indicadores no futuro do País, para ele, é a educação. "Nesse contexto, o Brasil está na frente dos outros países da região", avaliou. "Os brasileiros criaram a consciência de que este é um tema importante para o futuro do País e a sociedade está demandando isso. Isso é fundamental para que as melhorias sejam feitas." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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