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BC prevê aumento de 9,5% para energia em 2014

13:20 | Mar. 27, 2014
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Tipo Notícia
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, admitiu nesta quinta-feira, 27, durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que existem muitas incertezas em relação à evolução do preço da energia.

No documento divulgado hoje, a autoridade monetária previu um aumento de 9,5% nessas tarifas em 2014 e afirmou que a incerteza sobre esse custo é fonte de pressões inflacionárias "relevantes". "As incertezas sobre o preço da energia fazem parte do processo. O exercício de projeção de um item específico é ainda mais difícil de fazer do que a projeção de uma cesta de 500 itens, que é o IPCA completo", afirmou. De acordo com ele, essas incertezas decorrem das condições de oferta e demanda dessa commodity.

Preços administrados

Hamilton Araújo defendeu também que a política monetária pode alcançar, mesmo que com efeito retardado, os preços administrados. "Na medida em que a política monetária é eficaz e, na minha opinião, continua sendo, mais adiante vai alcançar sim os preços administrados", disse. Quando questionado, se recusou a informar qual a projeção do Banco Central para os preços dos combustíveis. Ele afirmou que a instituição trabalha com os reajustes ocorridos até fevereiro para o preço da gasolina, de 0,6%.

Para o ano, o diretor explicou que revisou os preços administrados de 4,5% para 5%. Ele afirmou ainda que não fez projeções para os administrados usando o pacote do Ministério da Fazenda como variável. "Não existe variável do modelo de projeções que considera pacote de energia. À medida que surgirem novas informações, ajustaremos nossas projeções de eletricidade", disse. "A revisão de reajuste de energia deriva dos modelos que utilizamos; não houve mudança nas ferramentas", afirmou.

Trajetória de inflação

Hamilton Araújo reafirmou que a autoridade monetária está considerando uma trajetória declinante para a inflação ao longo do horizonte relevante. Ele citou as projeções do documento divulgado hoje que mostram uma inflação para o próximo ano inferior à estimada para este, e uma projeção para o primeiro trimestre de 2016 menor que a do último trimestre de 2015.

Questionado sobre o recuo no ritmo de elevação da taxa Selic, de 50 pontos até janeiro para 25 pontos em fevereiro, Hamilton disse que as razões para a mudança são as que constam na ata da última reunião com Comitê de Política Monetária (Copom). "Uma delas eu posso repetir - lembrando que não é a única. É que os efeitos dos ajustes na taxa Selic são cumulativos. Além disso, essa redução foi em linha com comunicação do BC. Na reunião de dezembro foi sinalizado que poderia haver mudança de passo mais adiante, que não veio em janeiro, mas veio em fevereiro", completou.

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