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Quantitas: ciclo de aperto já afeta atividade econômica

11:50 | Fev. 14, 2014
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A queda de 1,35% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) no mês de dezembro ante novembro de 2013, após registrar retração de 0,64% em novembro ante outubro evidencia a possibilidade de a economia estar em recessão, avaliou nesta sexta-feira, 14, o economista-chefe da Gustav Gorski, da Quantitas Asset, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo.

"Os dados antecedentes já sinalizavam uma economia fraca, mas o IBC-Br veio pior", explicou Gorski. O declínio do IBC-Br foi maior do que a mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, de baixa de 1,20%, e ficou dentro do intervalo das estimativas (queda de 0,40% a 2,00%). "O IBC-Br confirmou hoje uma provável recessão no Brasil", acrescentou.

Gorski pondera, no entanto, que a recessão não é um cenário tão ruim, se ajudar a inflação a convergir para a meta de 4,5% em 2015. Para 2014, o economista espera que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,5%. Isso já contando com os efeitos do ciclo de aperto monetário que, segundo ele, deve ser suavizado a partir de agora.

"Na nossa visão, se isso acontecer, se houver uma recessão, mesmo que seja pequena, mas conseguir convergência da inflação para 2015, é um cenário bem mais positivo do que a economia ficar andando devagar com inflação alta por um longo período."

Outra avaliação do economista da Quantitas é a de que o esforço do governo deve ser o de ajudar a domar a inflação por meio da política fiscal. "O discurso do governo este ano tem sido diferente dos outros anos do mandato. Aparentemente, o governo se deu conta de que é muito mais fácil usar o fiscal para conter a inflação do que continuar estimulando uma economia que está sem potencial de crescimento", disse.

Para a meta de superávit primário deste ano, que deve ser conhecida na semana que vem, Gorski espera que seja fixada em 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Se ficar em 1,8%, a sinalização, na opinião do economista, será neutra, ou seja, não vai ajudar muito o governo no esforço no lado do equilíbrio fiscal. "A estimativa é de que algo em torno de R$ 50 bilhões sejam contingenciados no Orçamento", afirmou.

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