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Melhora não compensa o �efeito argentina�

07:30 | Fev. 23, 2014
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Apesar do impacto que a desvalorização do real em relação ao dólar poderá provocar nas exportações brasileiras deste ano, isso não será suficiente para compensar as perdas nas vendas externas por causa da crise cambial na Argentina, avalia o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Os produtos manufaturados respondem por 35% das exportações brasileiras e um corte de 10% nas importações por parte da Argentina, um dos principais compradores de manufaturados brasileiros, deve afetar as exportações do Brasil, explica Castro. Ele diz que o impacto nas exportações de manufaturados para a Argentina não deve aparecer imediatamente nas estatísticas de exportação porque existem contratos fechados de vendas externas que devem levar algum tempo para expirar.

Para este ano, a AEB projeta que as exportações brasileiras somem US$ 239 bilhões, com recuo de 1% em relação a 2013. E as importações totalizem US$ 231,8 bilhões, cifra 3% menor na comparação com 2013. O saldo comercial esperado pela entidade é de US$ 7,2 bilhões, sem considerar a crise da Argentina. Nas contas de Castro, a crise argentina pode tirar entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões das exportações e US$ 2 bilhões do saldo da balança comercial.

Diferenças

O cenário positivo que começou a ser desenhado para as exportações de manufaturados é resultado de diferentes fatores. A melhor perspectiva para o setor de celulose reflete, por exemplo, a reação da demanda externa e o câmbio não tem tanto impacto, diz o presidente da AEB. Já calçados, móveis e confecções refletem o impacto do câmbio.

Na indústria química, por exemplo, a desvalorização do real e a melhora da economia mundial mudaram o ânimo do setor. Após ter registrado um déficit comercial histórico de US$ 32 bilhões em 2013, a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, diz que o limite "foi atingido". Ela considera que as exportações do setor cresçam 9% este ano, após queda de 4,6%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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