Lançamentos e vendas de imóveis cresceram em 2013
Em 2013 foram lançados empreendimentos imobiliários com valor geral de vendas (VGV) de R$ 22,178 bilhões, alta de 10,2% ante 2012. Os lançamentos nos últimos três meses do ano representaram 41,7% desse montante. No quarto trimestre, os novos projetos atingiram VGV de R$ 9,253 bilhões, aumento de 20,9% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.
Já as vendas contratadas em 2013 totalizaram R$ 23,853 bilhões, alta de 9,1%. As vendas no quarto trimestre somaram R$ 7,824 bilhões, ampliação de 25,3%. Os dados foram levantados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a partir de relatórios operacionais prévios das nove maiores incorporadoras do País listadas na Bolsa - Cyrela, PDG, MRV, Gafisa, Tecnisa, Even, Direcional, Rodobens e Helbor. Brookfield e Rossi não foram incluídas porque só divulgarão seus resultados junto com o balanço financeiro, no próximo mês.
"Os números do quarto trimestre dão o conforto de sinalizar que a demanda por imóveis continua saudável", afirmou o analista de construção civil da corretora Bradesco, Luiz Mauricio Garcia. Ele observou que a concentração das operações no fim do ano foi mais forte que o habitual e ocorreu porque muitas empresas tiveram dificuldades para obter as licenças para lançamentos nos meses anteriores. "É um ano de troca de gestão nas prefeituras, isso é normal", disse.
Garcia ponderou, no entanto, que o tamanho do mercado imobiliário em 2014 ainda é incerto. Do ponto de vista macroeconômico, falta clareza sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira neste ano. Além disso, o calendário terá Copa do Mundo e eleições, com perspectiva de impacto negativo para as vendas de imóveis.
Outro fator que diminui a visibilidade sobre o tamanho das vendas e lançamentos neste ano é o fato de que parte das incorporadoras ainda está se reestruturando, após sofrerem com atrasos de obras e estouros de orçamentos. Pela frente, essas empresas ainda têm o desafio de concluir obras antigas e repassar os clientes para o financiamento bancário, quando recebem o grosso do pagamento pela unidade vendida na planta.
"Acreditamos que o setor ainda guarda bons fundamentos e que as empresas mais bem posicionadas nas principais praças e segmentos podem se beneficiar", afirmou Wesley Bernabé, em relatório do BB Investimentos. "O problema, no entanto, é que os investidores precisam que esse otimismo seja refletido em números pelas companhias, o que ainda custa a acontecer em alguns casos."
Um ponto comum na estratégia de reestruturação das incorporadoras em 2013 foi o foco na venda de estoques, ao invés da oferta de novos projetos. De acordo com levantamento do Broadcast, a diferença entre lançamentos e vendas culminou na redução, em média, de R$ 1,675 bilhão nos estoques do setor no ano passado. O cálculo não considera vendas e projetos cancelados ou outras operações com influência sobre os estoques. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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