Leilão de rodovias atrai 32 empresas
"Na nossa visão de hoje, esses são os dois trechos mais competitivos", disse um executivo do setor de construção, onde estão concentrados os candidatos a concessionários. "São as que têm menor extensão e exigem menos investimento." Além disso, a BR 262 terá 180 km duplicados com recursos públicos para o concessionário, o que garantiu uma redução de 30% no pedágio. É quase metade da extensão a ser leiloada: 375 km.
Ele ironizou a avaliação do setor privado que o governo vai começar os leilões pelos projetos mais atrativos. "No início do processo, não havia interesse algum; agora, já temos até filé", disse.
Ele acrescentou que, como apenas umas quatro empresas sairão vencedoras no leilão, haverá interessados para os demais trechos. "Tem comprador para filé e para a chã de dentro, aquela carne que é boa, mas não é tão macia quanto o filé." Com a formalização do apoio de bancos oficiais e empresas estatais aos consórcios com até 49% do capital, Borges diz que está tudo acertado em relação às rodovias. Ele diz que foi um amplo processo de diálogo com o setor privado. O governo precisa que os leilões sejam concorridos para conseguir um bom desconto nos pedágios, que estão elevados.
Há otimismo também em relação aos aeroportos de Confins (MG) e Galeão (RJ), que vão a leilão no dia 31 de outubro. Há pelo menos seis consórcios formados, segundo informações de bastidores.
São compostos por operadores de grandes aeroportos, como Frankfurt, Heathrow (Londres), Changi (Cingapura) e Houston, entre outros, associados a construtoras.
Já em relação aos portos, que deverão abrir leilões no final de novembro, há risco de judicialização. No Porto de Santos, que integra o primeiro lote a ser oferecido à iniciativa privada, o governo quer juntar áreas e para isso vai leiloar espaços que ainda têm contratos vigentes. Contestação judicial.
Em ferrovias, é certo que a data marcada para o primeiro leilão, 18 de outubro, vai ser adiada. Para que fosse mantida, o edital teria de ter sido publicado em agosto, o que não ocorreu. E ainda está em discussão a criação de mecanismos adicionais de segurança para os concessionários.
Os leilões enfrentam os mesmos problemas. Os principais são a prudência dos empresários diante de uma economia que cresce pouco e uma combinação negativa de riscos altos e rentabilidade baixa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo