DF e mais 9 Estados são alvo de operação da PF
De acordo com a PF, a investigação teve início há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de "laranjas" para ocultar os responsáveis pelas movimentações. A partir daí, foi verificada a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem de dinheiro proveniente de diversos crimes.
Em 18 meses de investigação, segundo a PF, foram sacados mais de R$ 300 milhões nas contas dessas empresas. Entre os diversos grupos criminosos da organização, a PF individualizou três núcleos distintos que contavam, inclusive, com a participação de policiais civis do Distrito Federal.
O trabalho de investigação dos agentes constatou ainda que os líderes da organização criminosa aliciavam prefeitos e gestores de regimes próprios de previdência social para que eles aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos em papeis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso. Esses prefeitos e gestores eram remunerados com um porcentual sobre o valor aplicado. Segundo nota divulgada pela PF, esses fundos eram formados por papeis podres. "Severos prejuízos foram verificados no patrimônio desses Regimes Próprios de Previdência Social", diz a nota.
Foram verificadas irregularidades especificamente nos regimes próprios de previdência social das prefeituras de: Manaus (AM), Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA). A Operação Miquéias contou com apoio do Ministério da Previdência Social e da Comissão de Valores Mobiliários.