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Voto de Nogueira não é posição do governo, diz Mantega

16:58 | 01/08/2013
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou o representante brasileiro junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista, que se absteve na votação do fundo que aprovou o pagamento de uma das parcelas do pacote de ajuda financeira à Grécia. Segundo Mantega, o Brasil é favorável ao programa de socorro ao país europeu e, por isso, ele mesmo telefonou para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, para comunicar a posição brasileira.

"Hoje falei com a Lagarde e disse que a posição do Brasil é para que liberem sim recursos à Grécia. Teremos que retificar esse voto, mas, de qualquer forma, isso não impediu aprovação da tranche ao pacote de resgate", afirmou Mantega em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 01. "Vamos liberar essa parcela e as demais", acrescentou.

Para Mantega, houve falha de comunicação. "O nosso representante no FMI participa de dezenas de votações todas as semanas, então ele não precisa me consultar em todas. Mas precisa me consultar em votações polêmicas, ele sabe das diretrizes", explicou. Nogueira virá a Brasília na próxima semana para dar explicações ao ministro, que disse que ele continua no cargo.

Apesar de o diretor também representar países menores da América Latina no fundo, Mantega disse que o Brasil tem posição majoritária na cadeira e, por isso, Nogueira deveria ter seguido a posição brasileira. O ministro admitiu ainda que o programa de ajuda à Grécia possui defeitos e pode ser melhorado, mas isso não seria motivo para o Brasil negar qualquer novo aporte em um programa que foi aprovado pelo próprio País.

"Simbolicamente não é bom, porque não é nossa posição. Hoje somos credores do FMI e vamos liberar recursos para a Grécia, não podemos nos posicionar desta forma", disse Mantega. Ele lembrou que o Brasil tem demandas em relação ao fundo, como a reforma dos votos, e considerou que o FMI está atrasado. "Mas isso não é motivo para que nós venhamos a negar tranche."

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