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Baixa poupança afeta infraestrutura, dizem economistas

11:53 | 05/08/2013
O ex-diretor do Banco Central (BC) e sócio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, disse nesta segunda-feira que a infraestrutura seria a forma de destravar a competitividade como um todo. "Meu diagnóstico é do ponto de vista macroeconômico, se tivermos recursos para fazer isso", disse. De acordo com Schwartsman, há que se investir antes para depois aumentar a produtividade.

Hoje, segundo ele, se investe 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 1970, os investimentos eram da ordem de 5,5% do PIB. "Precisávamos investir pelo menos 4% do PIB", cobrou. "Teríamos de dar um jeito de poupar mais 2% do PIB para investir porque a poupança é muito baixa", sugeriu. A poupança no Brasil é baixa, conforme Schwartsman, não porque o povo brasileiro gosta de gastar, mas porque o governo tem levado algo em torno de 20% do PIB. "Precisava haver um esforço fiscal grande e não vejo nenhum esforço do governo neste sentido", disse.

O ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EESP-FGV), Yoshiaki Nakano, concordou com o ex-diretor do BC e sócio da Schwartsman & Associados. Na análise de Nakano, Schwartsman tem razão quando fala que parte dos entraves dos investimentos em infraestrutura está no baixo nível de poupança interna. Mas o ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo não vê dificuldades com falta de recursos.

Na avaliação do ex-diretor do BC, se o País quer investimentos em infraestrutura, o a administração federal precisaria cortar gastos. "Do ponto de vista microeconômico, não estou animado porque o sistema de concessões no Brasil, com obsessão de tabelar retorno, vai atrapalhar. Eu acho que devemos investir primeiro e depois, lá na frente, pensar em reduzir preços", afirmou, acrescentando que, como economista, sempre prefire "o resultado em forma de preços". "Não adianta se pagar tarifas baixas e não ter boas estradas e o caminhoneiro levar uma semana para fazer o que poderia fazer em dois dias". Eles fizeram as afirmações durante o 12.º Congresso Brasileiro de Agronegócio - Logística e Infraestrutura - O Caminho da Competitividade do Agronegócio.

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