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Autoridade do Fed fala sobre redução de estímulo

10:20 | 06/08/2013
Se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a criação de empregos melhorarem como o esperado nos EUA, o Federal Reserve realizará uma "remoção" do estímulo monetário extra nos próximos meses, mantendo a taxa dos fed funds perto de zero pelo menos até 2015, disse o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, em entrevista exclusiva à Market News International.

"Se nós observarmos uma melhora no crescimento no segundo semestre e uma continuação da criação de empregos - não o número de 162 mil que nós vimos no mês passado, mas em uma faixa maior, de 180 mil a 200 mil empregos -, eu acho que, com outros fundamentos melhorando, nós provavelmente estaremos em uma posição para remover...o programa de política extraordinário no curto prazo", disse Lockhart.

Ele alertou, porém, que, se a economia americana se deteriorar, ou apenas "se movimentar lentamente", é preciso ser prudente para adiar a redução das compras de ativos do Fed. Lockhart não é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed neste ano, mas suas declarações são consideradas com frequência uma referência do pensamento do comitê.

Ele afirmou que, apesar de a perspectiva econômica ser importante, o progresso "bastante impressionante" dos EUA até agora "deve ser levado em conta na preparação para que a economia avance sem compras de ativos".

Embora estivesse esperando por um aumento maior que a 162 mil nas vagas de empregos em julho, Lockhart disse que o número decepcionante pode refletir as condições do mercado de trabalho no verão, acrescentando que "não está desanimado." O presidente do Federal Reserve de Atlanta disse que observará de perto "nas próximas semanas" os dados para ver se a economia está nos trilhos para aumentos maiores nas contratações, junho com um crescimento do PIB próximo de 3%, como ele espera.

Lockhart prevê que a taxa de desemprego, que agora está em 7,4%, recuará para 7% em meados de 2014. Essa número está próximo da meta projetada pelo Fed como necessária para a retirada da terceira rodada de "relaxamento quantitativo". Ele afirmou também que é possível que a taxa de desemprego recue para 7% antes desse prazo, o que poderia levar o Fed a reduzir seu programa de compras de bônus mais rapidamente. No entanto, Lockhart não descartou um ritmo mais lento de redução do estímulo, ou até mesmo uma continuidade do relaxamento, se o crescimento econômico e dos empregos não atingir as expectativas.

Segundo Lockhart, os riscos de desinflação excessiva deverão também influenciar o ritmo de qualquer redução, mas ele classificou como "encorajadores" os recentes aumentos do índice de preços ao consumidor (CPI) e do índice de gastos com consumo pessoal (PCE).

Os yields (retornos ao investidor) dos títulos americanos subiram quando presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse, após a reunião de política monetária no dia 19 de junho, que o banco central poderia reduzir seu programa de compras mensais de Treasuries e títulos atrelados a hipotecas "ainda neste ano" e encerrá-lo no meio do próximo ano. Lockhart estava entre os que disseram que o mercado reagiu excessivamente às declarações de Bernanke. Mas agora, os yields, recuaram de seus picos, refletindo amplamente os fundamentos econômicos, disse Lockhart, acrescentando que a economia "pode absorver" as taxas mais altas e "seguir em frente". Fonte: Market News International.

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