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Augustin foge de prever resultado primário para agosto

18:23 | 29/08/2013
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, evitou adiantar se o resultado primário do governo central do mês de agosto será déficit ou superávit, após ser questionado por jornalistas. Ele participa de entrevista na tarde desta quinta-feira, 29, para comentar as contas de julho do governo central, que reúnem Tesouro Nacional, Banco Central (BC) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Augustin disse que agosto tem receita baixa e despesa alta, e citou pagamentos relacionados à Previdência. O secretário disse que os dividendos vão compensar essa situação de menor receita e maior despesa neste mês. Segundo ele, o governo está prevendo receitas com dividendos em agosto de R$ 5,4 bilhões. Desse total, R$ 1,724 bilhão serão pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 1,280 bilhão, pela Caixa. "A diferença virá de entidades com ações em Bolsa."

Nota do Brasil

O secretário do Tesouro acredita que a agência de rating Stand & Poor's (S&P) possa rever o viés de baixa colocado na avaliação do Brasil este ano. "Respeitamos o viés que eles colocaram, mas quando chegar o momento da definição, os nossos fundamentos falarão mais alto", declarou. "Acho que vão chegar à conclusão que os fundamentos do Brasil estão muito bem. Vamos aguardar", completou. Ele lembrou que a Fitch também fez sua análise sobre o País e não chegou à mesma conclusão da S&P.

Política fiscal

O processo de recuperação da confiança dos investidores na política fiscal brasileira é um processo, sem "mágicas" nesse caminho. Para Augustin, a retomada da confiança depende da persistência de resultados bons. "Não há mágica. É preciso continuar persistindo, com resultados, ações, no sentido de melhorar a percepção."

Ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre as desconfianças com a política fiscal, mesmo com resultados maiores do que em outros países, Augustin ressaltou que o conceito de resultado primário utilizado pelo Brasil não existe em boa parte dos países. "O Brasil tem grau de rigidez consigo mesmo bastante elevado e achamos isso bom. O fato de termos enorme rigidez faz com que, na prática, o mercado saiba que os nossos fundamentos são muito sólidos."

Augustin ressaltou que o nível de confiança é "melhor do que alguns falam". Nesse sentido, o secretário ressaltou ainda que o seu argumento em relação às desconfianças da política fiscal é "singelo". "Nossos títulos têm participação grande de estrangeiro. Não acho que a gente tenha tido fuga de capital estrangeiro nos títulos."

Câmbio

Na sua avaliação, os efeitos do câmbio, com a forte desvalorização do real frente ao dólar, não foram maiores no País devido à avaliação ruim da política fiscal brasileira. "Os efeitos, do ponto de vista do câmbio, cada um pode ter sua visão. A minha é que foram influenciados por um conjunto de avaliações negativas que ouvimos no mercado e que não tem a ver com os fundamentos", argumentou.

O secretário destacou que a movimentação no câmbio se deve ao cenário internacional. "Se você analisar, vai ver que o nível de reservas que o Brasil tem é muito alto, muito tranquilo", ponderou. Segundo Augustin, a política fiscal está ajudando a competitividade do Brasil, criando condições para uma desvalorização não tão alta do real.

Ele defendeu os subsídios que o governo está tendo de desembolsar para bancar a redução da conta de luz. "Quando a gente faz subsídio pra energia elétrica, criamos condições para maior exportação", argumentou.

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