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Operação de Angra 3 é adiada para maio de 2018

18:28 | 07/06/2013
O início da operação da usina nuclear de Angra 3, no Estado do Rio, foi adiado de meados de 2016 para maio de 2018, informou nesta sexta-feira, 7, o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. O novo atraso decorrerá da adoção de um sistema mais moderno de instrumentação e controle (I&C) - que comanda a operação da usina - para aumentar a segurança da central nuclear.

Inicialmente, Angra 3 utilizaria um sistema analógico similar aos de Angra 1 e Angra 2. Agora, ele será digital, seguindo a tecnologia utilizada em usinas nucleares em construção no mundo todo. "Não tem sentido, agora que o mundo todo está na direção de maior segurança e eficiência, irmos para o outro lado", disse Pinheiro da Silva, após um seminário no Rio de Janeiro.

O presidente da Eletronuclear explicou que a Areva, fabricante responsável pelos equipamentos, está implantando sistemas semelhantes de instrumentação e controle em usinas na França (Flamanville) e na Finlândia (Okiluoto). O Brasil terá que esperar até 2016, quando a companhia francesa concluirá os projetos.

Em nota, a Eletronuclear destacou que "será impossível" recuperar atrasos anteriores que atribuiu à lentidão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) no licenciamento nuclear e aos recursos interpostos por licitantes inabilitados na contratação dos serviços de montagem eletromecânica junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Financiamento

O novo cronograma foi definido na quinta-feira, 6, após a publicação da Medida Provisória 618 pelo governo federal. A MP permitiu à Eletronuclear equacionar o financiamento de equipamentos importados da usina de Angra 3. O crédito para financiar o contrato de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões) com a francesa Areva estava acertado com a Caixa Econômica Federal desde dezembro, mas o Tesouro Nacional exigia uma contrapartida da estatal que estava pendente.

"Só agora temos os recursos para confirmar o contrato com a Areva", disse Pinheiro da Silva. "A partir da MP nós legalmente podemos oferecer a contragarantia", completou. Ele garantiu que a opção pelo sistema digital de I&C não encarecerá a usina, orçada em R$ 13,9 bilhões. A parte nacional dos financiamentos a Angra 3 já estava garantida pelo BNDES (R$ 6,1 bilhões).

A MP 618, que capitalizou o BNDES e a Valec, também autorizou a União a oferecer garantias em operações de crédito de subsidiárias de estatais, o que era proibido. A Eletronuclear é subsidiária da Eletrobrás.

Antes de fechar contrato com a Caixa para financiar os equipamentos importados de Angra 3, o Brasil tentou obter um crédito junto a um 'pool' de bancos europeus e a uma agência alemã. A crise financeira na qual mergulhou a Europa, entretanto, jogou água no acordo.

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