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Lagarde vê investimento 'menos brilhante' para o Brasil

15:15 | 04/06/2013
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, vê sinais de enfraquecimento da economia mundial nos meses recentes e uma perda de ritmo de expansão das economias emergentes. No caso de Brasil e outros países como Índia, Rússia e África do Sul, ela afirmou que as perspectivas de investimento parecem agora menos brilhantes.

Passado pouco mais de um mês da reunião de primavera do FMI, em Washington, Lagarde frisou que os riscos para puxar para baixo a expansão da economia mundial permanecem mais proeminentes do que nunca e que a economia mundial continua se expandindo em três velocidades. "A mensagem central é que os governos precisam implementar políticas fortes para impedir a economia global de ficar mais fraca."

A primeira velocidade é formada pelo grupo onde estão os países emergentes, crescendo em ritmo maior, embora com sinais recentes de perda de brilho das economias. Na segunda velocidade estão economias que se recuperam, como os Estados Unidos. Lagarde ressaltou que apenas o corte automático de gastos públicos deve custar 0,5 ponto porcentual da expansão da economia norte-americana.

No terceiro grupo estão os países que devem ter retração econômica, sobretudo a zona do euro. Sobre o Japão, Lagarde destacou que a economia do país parece mais forte neste momento. O FMI projeta expansão de 3,3% para a economia mundial em 2013.

Sobre as políticas monetárias não convencionais dos bancos centrais dos países desenvolvidos, Lagarde afirmou que devem prosseguir. Para a executiva, o mais difícil para os bancos centrais será a saída dessas políticas. Quanto mais duradouras forem as estratégias e mais expostos os balanços dos BCs ficarem, mais complicado será a saída dessas políticas. Este, aliás, é o tema do momento nos Estados Unidos, com o temor de que o Federal Reserve (Fed) mude sua política de compras mensais de ativos usada para estimular a economia.

Lagarde disse que essas políticas tiveram vários efeitos, como aumentar os fluxos internacionais de capital notadamente para América Latina e Ásia. Por outro lado, essas políticas ajudaram a restabelecer o funcionamento dos mercados financeiros e ajudaram a estimular o crescimento econômico, embora os efeitos neste último caso, frisou a dirigente do FMI, sejam mais difíceis de quantificar.

Ainda sobre o tema, ela salientou que não se pode exigir muito das políticas monetárias para restabelecer o crescimento nos países desenvolvidos e esquecer os ajustes fiscais e reformas que precisam ser feitas na economia global. "Os governos não devem se esconder atrás destas políticas para não fazer o que eles precisam fazer."

Lagarde participou nesta terça-feira, 4, de uma conversa com os economistas do Brookings Institute, um centro de pesquisas econômicas e políticas em Washington. O vice-presidente e diretor do instituto, Kemal Dervis, foi o mediador do encontro, transmitido pela internet.

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