Febraban vê crédito de longo prazo como desafio
Na avaliação de Portugal, para que os bancos no País possam ampliar sua participação no financiamento de longo prazo será preciso estender os períodos das captações que realizam, o que vai implicar a aceitação de horizontes de tempo mais longos por parte de quem faz aplicações. "Os investidores no Brasil ainda conferem imenso valor à indexação, à taxa Selic ou ao CDI e à liquidez diária, o que é uma herança do processo de descontrole monetário do passado", comentou. "Para romper esta cultura, é preciso dar ao poupador privado um retorno maior nos papéis de longo prazo do que nos de curto prazo, com a criação de novos instrumentos com tratamento tributário diferenciado", disse.
Oportunidades
Segundo Murilo Portugal, o Brasil tem amplas oportunidades de investimentos, especialmente em logística e transportes, o que permite criar um ambiente favorável para a ampliação do financiamento de longo prazo.
"Uma das decisões mais importantes adotadas pelo governo da presidente Dilma (Rousseff) foi a retomada do programa de concessões e serviços públicos à iniciativa privada envolvendo aeroportos, rodovias, ferrovias e portos", comentou. "Os gargalos de infraestrutura existentes no Brasil significam oportunidades de investimento em que o risco de demanda é reduzido", disse.
Os comentários de Murilo Portugal foram feitos na abertura do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (Ciab Febraban), realizado em São Paulo.