Diretor do BC evita falar sobre meta de inflação de 2014
Hamilton evitou ainda comentar sobre a política monetária, como uma possível nova elevação da taxa Selic, mesmo sendo um dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Da mesma forma, ele não comentou o retorno do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o teto da meta de 6,50% no acumulado em 12 meses nem a perspectiva de que o indicador possa romper o limite nas próximas divulgações.
Ele argumentou que a ata da última reunião do Copom, que trouxe um aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros Selic, já relata a preocupação do governo com a alta do indicador. "A ata já externa que no curto prazo a tendência é de elevação da inflação em 12 meses", disse.
Hamilton afirmou ainda que a ameaça da Standard & Poors de rebaixar a nota de risco de crédito para o Brasil, conforme foi divulgado na noite de quinta-feira, 6, "faz parte do trabalho da agência e temos de respeitar" e que, por isso, não queria avaliar a medida. "Não vou comentar se avaliação da S&P é justa ou não", disse. O diretor do BC ressaltou que a S&P trouxe apenas a possibilidade de revisão e lembrou que as "outras duas grandes agências de risco (Moodys e Fitch) trazem 'outlooks' estável e positivo".
Indagado sobre o fato de a S&P justificar a decisão com a piora das contas públicas brasileiras, Hamilton afirmou que "a razão entre a dívida púbica e o PIB depende de vários fatores e o superávit primário é apenas um deles". Hamilton considera ainda ser difícil dimensionar se a possibilidade de revisão no rating trará um impacto no investimento no País.