Agricultura sustentável terá R$ 4,5 bilhões
O plano de safra anunciado nesta terça-feira, 4, pelo governo também prevê financiamentos da ordem de R$ 5,3 bilhões para os programas de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e do de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), ambos com taxas de juros de 5,5% ano. O governo reduziu os juros para capital de giro das cooperativas, de 9% para 6,5% ao ano.
Para apoiar a comercialização e assegurar a renda dos agricultores, além de permitir a formação de estoques estratégicos, por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos, o novo plano prevê orçamento de R$ 5,6 bilhões. Segundo o governo, R$ 2,5 bilhões desse total se destinam à aquisição de produtos e manutenção de estoques públicos e R$ 3,1 bilhões, à equalização para garantir o preço mínimo ao produtor.
Seguro rural
O aumento do montante de recursos destinados à subvenção ao seguro rural, antiga reivindicação dos produtores rurais, que sensibilizou a presidente Dilma Rousseff, finalmente se tornará realidade. O governo elevou em 75% os valores destinados à subvenção dos prêmios do seguro rural, que passou de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões.
Segundo o ministro Antônio Andrade, do total dos recursos, 75% serão aplicados em regiões e produtos agrícolas prioritários, com subvenção de 60% do custo da importância segurada. Ele informou que a expectativa do governo é segurar uma área superior a 10 milhões de hectares e beneficiar 96 mil produtores.
O governo também elevou os limites de financiamento de custeio por produtor, que passou de R$ 800 mil para R$ 1 milhão. No caso do crédito para comercialização, o limite passou de R$ 1,6 milhão para R$ 2 milhões.
O ministro lembrou que, em ambos os casos, o aumento no limite foi de 25%, mas o contrato de custeio pode ser ampliado em até 45%, dependendo das condições de contratação ou de uso de determinadas práticas agropecuárias, como adesão ao seguro agrícola ou a mecanismos de proteção de preços, utilização do plantio direto, comprovação de reservas legais e áreas de preservação permanente na propriedade e adoção do sistema de identificação de origem.
Laboratórios federais
O Ministério da Agricultura também anunciou investimentos para aprimorar o sistema de defesa agropecuária brasileiro. Segundo o ministro Antônio Andrade, o governo investirá R$ 120 milhões na ampliação e modernização dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) do governo federal, "para oferecer diagnósticos mais rápidos e ainda mais precisos".
Em relação ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (o Sisbi-POA), Andrade afirmou que será criada uma coordenação que garantirá a consolidação do sistema, para facilitar o acesso dos Estados e municípios ao programa. Ele disse que "outra grande preocupação da defesa agropecuária será com a tipificação das carcaças bovinas, incentivando os produtores na melhoria e padronização da carne".
A criação de uma agência de assistência técnica e extensão rural, para levar as tecnologias geradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) até os produtores rurais, foi lembrada pelo ministro. Segundo ele, a criação do Serviço Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural "será um marco significativo para o aumento da produção, da produtividade e do bem-estar do produtor brasileiro".
Andrade citou, ainda, o recém-criado programa Inova Agro, uma das linhas do programa Inova Empresa do governo federal, que tem por objetivo impulsionar a produtividade e a competitividade do agronegócio brasileiro por meio da inovação tecnológica. Ele afirmou que o governo vai destinar R$ 3 bilhões para o agronegócio, dos quais R$ 2 bilhões com foco no financiamento de pesquisa nas empresas e mais R$ 1 bilhão para que os produtores rurais possam incorporar tecnologias.