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Ministro alemão defende flexibilização de metas fiscais

16:19 | 04/05/2013
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, defendeu a decisão da Comissão Europeia de dar à França, à Espanha e a Portugal mais tempo para que cumpram as metas de déficit fiscal. "O Pacto de Crescimento e Estabilidade da União Europeia permite uma certa flexibilidade para o cumprimento das regras", disse Schäuble em entrevista a ser publicada no domingo (5) pelo jornal alemão Bild am Sonntag.

O ministro ressalvou que o relaxamento das metas fiscais não é uma carta branca para aqueles países deixarem de cumprir as exigências de reformas estruturais e consolidação orçamentária. "A Comissão Europeia e o governo alemão estão totalmente de acordo em que não deve haver qualquer relaxamento nas reformas estruturais", acrescentou.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia anunciou que permitirá que alguns países da zona do euro afetados pela recessão relaxem suas políticas de austeridade, por causa das condições ruins de suas economias. A França terá mais dois anos, até 2015m para reduzir seu déficit orçamentário para o limite de 3% do PIB; a Espanha terá até 2016 para cumprir a meta.

A decisão foi recebida com críticas dentro da coalizão de centro-direita liderada pela chanceler alemã, Angela Merkel, à qual Schäuble pertence. "É o sinal errado. Não vejo a França fazendo qualquer reforma", disse Michael Stübgen, porta-voz da União Democrata Cristã, o partido de Merkel, em entrevista à revista Focus.

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também defendeu o relaxamento das metas fiscais. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, ele disse acreditar que "o crescimento baseado em dívida não é sustentável", mas ressalvou que o Pacto de Estabilidade "não é cego, e deve levar em conta os ciclos econômicos em cada país". Ele também afirmou que políticas rígidas de austeridade "alcançaram os limites de sua aceitação social e política".

Barroso ressalvou que o relaxamento das metas fiscais só foi possível "sob a condição de que esses países façam uma promessa firme de implementar as reformas necessárias". As informações são da Dow Jones

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