Itaú: aumento de juros é marginalmente positivo
"O melhor cenário para os bancos não é juro alto ou baixo, mas estável. O que o banco faz é estimar risco. Se a economia está volátil, o risco oscila e pode ser precificado errado", explica Calderón, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
A Selic impacta, conforme ele, num pedaço dos recursos do banco que são aplicados em títulos públicos, como os depósitos compulsórios. Consequentemente, quando a Selic sobe, o rendimento da instituição é maior. No entanto, Calderón lembra que essa fatia é pequena no resultado dos bancos. No Itaú Unibanco, por exemplo, é de cerca de R$ 60 bilhões enquanto a carteira de crédito da instituição passa dos R$ 400 bilhões.
"Por volta de 10% do total são impactados de maneira positiva pela Selic. Nos outros 90% (correspondentes a carteira de crédito), corremos o risco de termos um impacto contrário, pois a Selic ao subir pode gerar uma inadimplência maior", exemplifica o diretor do Itaú.
Ele explica que diante do aumento dos juros básicos toda a economia sobe de patamar e, consequentemente, o consumidor paga mais para obter crédito. "A taxa de juros não é a margem de um banco. Ele compra e vende dinheiro. Se a Selic sobe, o banco compra sua matéria-prima mais cara e precisa vender a um valor maior. Não significa que o banco está tendo mais lucro", explica Calderón.