Anefac: alta de 0,5 na Selic tem pouco efeito no crédito
"O último aumento da Selic (em abril, quando a taxa passou de 7,25% para 7,50%) não repercutiu em aumentos significativos nas taxas de juros dos bancos", lembrou o Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Para Miguel, o recente ciclo de aperto monetário do Banco Central, iniciado em abril, reflete uma pressão da sociedade que está começando a ficar incomodada com o aumento da inflação. "Eles (BC) estão aumentando a taxa devido ao aumento da inflação, que começa a chegar no bolso das pessoas", avaliou.
Santander
O economista-chefe do Banco Santander, Mauricio Molan, avaliou que o aumento na taxa básica de juros pode representar o fim do ciclo de alta na taxa de juros. "Algumas palavras usadas no comunicado do Copom sinalizam uma probabilidade elevada que essa tenha sido uma alta definitiva e que (o Copom) não vá realizar movimentos posteriores", disse Molan, ressaltando que a alta foi descrita como sendo um processo que contribui para colocar a inflação em declínio.
"Se for verdade, temos uma decisão que faz sentido no ambiente de crescimento de demanda modesta (o consumo das famílias cresceu apenas 0,1% no trimestre)", disse. "Senão for, esse aumento colide e pode abortar ciclo de crescimento (do PIB) que já é fraco", emendou.
Molan disse, no entanto, que essas são interpretações possíveis, que uma visão mais clara do tema será possível apenas com a publicação da ata da reunião. "Essa interpretação é baseada nas palavras usadas no comunicado, há uma linha muito tênue entre uma coisa e outra. Apenas com a ata poderemos saber", ressaltou.