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Taxa de juros deve subir para 7,5%, projetam economistas

A alta da inflação é o principal motivo para que os juros sejam elevados, defendem os especialistas

10:47 | 17/04/2013
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A terceira reunião anual do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá interromper a trajetória de redução da taxa básica de juros (Selic). Segundo economistas ouvidos pelo O POVO, a expectativa é que a taxa se eleve 0,25 pontos percentuais e chegue a 7,5%. A decisão deve ser conhecida na tarde desta quarta-feira, 17.

A alta da inflação é o principal motivo para que os juros sejam elevados, defendem os especialistas. No mercado financeiro, o entanto, não há consenso nas expectativas sobre a decisão do Copom. Algumas instituições acreditam que haverá aumento da taxa, enquanto outras projetam a manutenção do atual valor.

Segundo o economista Alcântara Macedo, o combate à inflação é prioridade do Governo. Por isso, de acordo com ele, nesse primeiro momento a taxa deverá ser elevada. Macedo acrescentou que é necessário também desenvolver estratégias para conter a inflação de demanda e de custos.

"A medida mais eficiente para reduzir a inflação é estimular a produção, o trabalho, a tecnologia. Mas uma providência imediata sinaliza a intenção da política econômica do Governo de conter a inflação que saiu do centro da meta", analisou. O especialista explicou que a alta inflação gera desconfiança dos investidores, desorganiza políticas públicas e prejudica a distribuição real de renda.

O economista José Maria Porto disse concordar com o leve aumento de 0,25 ponto percentual. A medida terá "mais um efeito psicológico, sinalizando que o Bacen está atento ao controle da inflação", explicou.

Segundo Porto, a taxa de juros é um instrumento clássico de controle de inflação que vem sendo utilizada pelo Banco Central de forma eficaz. No entanto, o Bacen precisa aplicar com mais firmeza o aumento da Taxa Selic como forma de controlar a inflação, de acordo com o economista. "A redução da taxa de juros, sem dúvida é um estímulo à economia, mas infelizmente não podemos conviver com inflação em alta".

Reuniões do Copom

Essa é a terceira reunião de 2013 do Copom, que se reúne oito vezes por ano. A taxa Selic começou a cair em agosto de 2012 - quando foi de 12,5% para 12% ao ano - e manteve a trajetória de queda até outubro do ano passado, quando foi de 7,50% para 7,25% ao ano. Nas três reuniões seguintes, em novembro de 2012, janeiro e março deste ano, o Copom optou por manter a taxa básica de juros em 7,25% ao ano.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido pelo governo para o sistema de metas de inflação, vem subindo desde julho do ano passado, no acumulado em 12 meses. Em março, o índice acumulado chegou a 6,59% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo, que é 6,5%. Cabe ao BC fazer com que a inflação fique dentro da meta, no fechamento do ano. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5% (centro da meta), com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Por outro lado, o ritmo mais lento da economia pode ser uma justificativa para manter a Selic no atual patamar e assim, continuar estimulando a atividade econômica. Ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 0,5 ponto percentual, para 3%. (com Agência Brasil)

Teresa Fernandes , Beatriz Cavalcante

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