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Ex-detentos abrem empresa e faturam cerca de R$ 1 milhão ao ano

10:40 | 09/04/2013

Depois de seis anos e seis meses preso em uma penitenciária, Fernando Figueredo teve dificuldade para encontrar um emprego. Foi então que surgiu a ideia de criar uma pequena marcenaria para reciclar madeira velha e transformá-la em móveis. O negócio foi montado em parceria com dois colegas. Hoje a cooperativa "Sonho de Liberdade" fatura cerca de R$ 1 milhão ao ano em Brasília.

Preso por roubo de carro e uso de entorpecentes, Figueredo trabalhou durante dois anos dentro do presídio costurando bola para uma ONG – uma atividade profissional comum nas penitenciárias brasileiras. O salário mensal era de R$ 100. Foi com essa remuneração que sustentou sua mulher e três filhos.

Enquanto cumpria a pena, ele participou de todas as oficinas oferecidas na prisão. Ele buscava também uma renda maior para a família. Apesar do conhecimento acumulado, Figueiredo teve muita dificuldade para encontrar um espaço no mercado de trabalho.

“Não imaginava que o preconceito era tão grande lá fora. Pedia a Deus todos os dias para mudar minha história e não voltar ao crime”, relata Figueredo.

Primeiros passos

Costurando bolas para empresas, Figueredo e os amigos deram os primeiros passos da cooperativa “Sonho de Liberdade”.

“Eu e alguns colegas já tínhamos discutido a possibilidade de abrir uma empresa caso o mercado fechasse as portas para a gente. Só tínhamos três caminhos: conseguir emprego, abrir uma empresa ou voltar ao crime. Ficamos com a segunda opção”, explica ele.

As chances são para quem já teve problemas com a justiça e quer mudar de vida. “Não damos oportunidade para quem tem currículo bom e está com ficha-limpa. Oferecemos vagas para quem precisa mudar de vida como eu precisei”, relata.

Hoje com 80 pessoas – a maioria delas ex-presidiários e detentos em regime semi-aberto –, a cooperativa produz móveis, fabrica bolas e tritura madeira para transformá-la em combustível. Na lista de clientes da empresa, está a multinacional Bunge e grandes empresas de tijolos, destaca Figueredo.

Para começar o negócio não foi necessário um grande aporte. Tudo foi tirado do lixo e comprado com a reserva financeira dos cooperativados da empresa. “A gente pegava a madeira na rua, transformava em móvel e vendia.” As informações são do portal Ig.

Redação O POVO Online

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