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Chipre será mais flexível em negociações para resgate

20:09 | 03/03/2013
O Chipre deve concordar em fazer algumas concessões para obter um pacote de resgate de aproximadamente 17 bilhões de euros da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). As negociações começam amanhã e o Chipre deve adotar uma posição mais flexível quanto a privatizações, a redução do setor de serviços financeiros e uma auditoria nas práticas contra a lavagem de dinheiro adotadas pelos bancos do país, disse o novo ministro de Finanças, Michalis Sarris. Ele, no entanto, rejeitou veementemente a ideia de descontos em depósitos bancários.

A administração anterior, liderada pelo último chefe de governo comunista na Europa, sempre foi contrária à ideia de privatizações, apesar dos apelos da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu - grupo conhecido como troika. O novo presidente, o conservador Nikos Anastasiades, disse que considerará privatizações, mas daqui a três anos.

Sarris, porém, disse que não vai seguir um cronograma para as privatizações, indicando que as vendas de estatais podem ocorrer antes do horizonte estabelecido pelo presidente. "Talvez as condições sejam cumpridas rapidamente", disse, ressaltando que os interesses dos trabalhadores e a concorrência de mercado devem ser preservados.

Privatizações são um fator importante na redução da dívida do país, que pode chegar a 145% do Produto Interno Bruto (PIB) após o resgate.

Nas últimas semanas, autoridades europeias sugeriram que o Chipre poderia impor perdas a depositantes não-garantidos. Sarris rejeitou a ideia, dizendo que esses rumores já causaram uma saída substancial de depósitos de bancos cipriotas. Segundo o ministro, fazer com que os depositantes assumam perdas - uma medida evitada em outros países que receberam ajuda - criaria um precedente perigoso e afetaria toda a zona do euro.

O setor de serviços financeiros do Chipre, criticado pelos países do bloco por facilitar a lavagem de dinheiro, será outro ponto importante nas negociações. A troika quer que a auditoria nas práticas contra lavagem de dinheiro adotadas pelos bancos cipriotas seja realizada por uma empresa privada. Segundo Sarris, a auditoria será feita pela Moneyval, uma organização que conta com membros da União Europeia, com a ajuda de peritos independentes. As informações são da Dow Jones.

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