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Bernanke dá nova garantia de manutenção de estímulos

09:31 | 02/03/2013
O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, ofereceu, nesta sexta-feira, novas garantias de que não vai recuar de suas políticas de relaxamento monetário, apesar das preocupações do banco central americano de que seus programas possam desestabilizar o sistema financeiro.

Seria "bastante custoso" para a economia dos EUA e possivelmente contraproducente para o banco central recuar tão cedo, afirmou ele, em discurso em San Francisco, ampliando uma mensagem que ele levou ao Congresso mais cedo nesta semana. Ao mesmo tempo, Bernanke também procurou assegurar que o Fed está mais bem preparado para identificar e resolver instabilidades financeiras do que estava antes da crise de 2008.

Ele afirmou ainda que as taxas de juros não vão permanecer baixas para sempre. Ele tomou o passo incomum de discutir previsões para os juros de longo prazo, compartilhando projeções que mostram que as taxas de longo prazo podem subir de 2% atualmente para 4% ou 5% em 2017, com o fortalecimento da economia. Em parte, aparentemente, foi um sinal aos mercados para que não se tornem complacentes com taxas baixas.

"Em resumo, esperamos que, uma vez que a economia se recupere, as taxas de longo prazo vão subir ao longo do tempo para níveis mais normais", disse ele, em declarações feitas durante uma conferência de política monetária promovida pelo Federal Reserve de San Francisco. Bernanke afirmou que o momento e o ritmo exatos do aumento, entretanto, dependem de como a economia se desenvolve, o que carrega uma significativa incerteza.

O discurso mostrou Bernanke tentando caminhar sobre uma corda bamba, abordando preocupações de dois grupos diferentes. Por um lado, o presidente do Fed buscou acalmar aqueles que temem que o banco central possa elevar as taxas de juros ou restringir o crédito de outras formas mais cedo do que o esperado; por outro, ele tentou tranquilizar os críticos que lançam dúvidas sobre o caminho atual da política do Fed.

O Fed tem mantido taxas de juro de curto prazo próximas a zero desde dezembro de 2008 e tomado outras medidas para reduzir as taxas de longo prazo, primeiro para ajudar a acalmar a crise e, depois, para estimular o crescimento econômico. Bernanke procurou rebater as críticas contra o Fed apontando que grandes economias do mundo, incluindo Canadá, Alemanha e Japão, têm igualmente taxas de juro baixas, devido às dificuldades financeiras e econômicos semelhantes que enfrentaram.

Usando uma linguagem mais forte da que usou mais cedo esta semana, Bernanke disse que, "à luz do ritmo moderado da recuperação, recuar das políticas acomodatícias, com o objetivo de deter a tomada excessiva de riscos em algumas áreas, apresenta seus próprios riscos para o crescimento, para a estabilidade de preço e, em última instância, para a estabilidade financeira.

Bernanke ressaltou que o Fed leva "muito a sério" a preocupação de que suas políticas de relaxamento monetário podem minar a estabilidade financeira. Ele afirmou, contudo, que a estratégia do banco central no momento é monitorar esses riscos e usar ferramentas, como a regulação, em vez de restringir o crédito.

O presidente do banco central americano também disse que no futuro, quando iniciar a restrição ao crédito, pode ajustar o ritmo da venda dos títulos do Tesouro e dos títulos lastreados em hipotecas "para amortecer ajustes excessivamente amplos nas taxas de juro de longo prazo". O comentário de Bernanke é mais uma prova de que o banco central está em processo de revisão de seu plano, desenvolvido pela primeira vez em junho de 2011, para encerrar suas políticas de dinheiro fácil. As informações são da Dow Jones.

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