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Tendências: custo menor de energia limitará alta do IPCA

10:48 | 07/02/2013
A redução dos custos de energia de 18% para residências deve fazer com que o IPCA atinja uma marca de 0,17% em fevereiro, afirmou o economista e sócio da Tendências Consultoria, Juan Jensen. "Se não fosse esta medida do governo, o indicador poderia ficar com uma alta próxima a 1% neste mês", apontou. Na sua avaliação, ao longo do primeiro semestre, a inflação estará pressionada e deverá atingir o pico de 6,44% em junho, no acumulado em 12 meses. Depois, o índice deve desacelerar aos poucos e fechar 2013 com alta de 5,8%, ressaltou.

Segundo Jensen, há uma piora crescente das expectativas dos agentes econômicos sobre as perspectivas de curto prazo da inflação. E isso, de acordo com ele, é provocado pela política do governo de tentar conter a alta dos preços com medidas microeconômicas "inadequadas", como a redução do custo de energia e a solicitação para que os prefeitos de São Paulo e do Rio de Janeiro adiem por alguns meses os aumentos de tarifas de ônibus em suas respectivas cidades. "Pedir para prefeitos postergarem elevação de transporte coletivo não é uma ação correta de gestão macroeconômica", comentou.

Para o sócio da Tendências, o processo de alta da inflação nos últimos cinco meses é um reflexo da perda de credibilidade da política econômica federal, que deveria ser resgatada pelo governo com ações fortes. Uma delas seria o aumento de juros de pelo menos um ponto porcentual neste ano. Outro fator seria a retomada do tripé macroeconômico, fundamentado na inflação na meta de 4,5%, superávits primários elevados e câmbio flutuante.

"Mas a confiança só seria recuperada com a troca da equipe econômica, inclusive no Banco Central, que foi responsável pelo controle do IPCA nos últimos dois anos, mas ficou bem distante da meta nesse período", apontou. Em 2011, o índice subiu 6,50% e no ano passado avançou 5,84%. "E o pior é que a inflação continuou elevada em 2012 quando o País deve ter crescido ao redor de 1%", destacou.

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