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Produção industrial do País fecha 2012 em queda

07:59 | 01/02/2013
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Atualizada às 15:31


O setor industrial fechou o ano de 2012 com taxas negativas. O índice para o fechamento de 2012 mostrou queda de 2,7%, após apontar avanço de 10,5% em 2010 e acréscimo de 0,4% em 2011. É o primeiro resultado negativo desde a queda de 7,4% observada em 2009, ano em que a indústria ainda tinha reflexos dos efeitos mais intensos da crise internacional. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro, o setor industrial repetiu o patamar de produção do mês imediatamente anterior (0,0%), na série livre de influências sazonais, após recuar 1,3% em novembro e avançar 0,6% em outubro.

Para o economista Ricardo Eleutério, os números apresentados não surpreendem e estão dentro das projeções que as pesquisas do mercado apontavam. De acordo com Eleutério, as taxas negativas podem ser explicadas por fatores como a baixa competividade do setor, a falta de estímulos da taxa de câmbio ao setor, além da elevação dos impostos, os custos da produção e os baixos investimentos industriais.

“Então, são um somatório de causas entre problemas conjunturais e estruturais”, reforça o economista, ressaltando, entretanto, que há de se reconhecer os estímulos que o governo mantém na intenção de manter a economia e o setor aquecido.

Ricardo afirma que a indústria vem perdendo participação no produto Interno Bruto (PIB). Esse cenário, ele explica, tem gerado o que muitos analistas colocam como processo de desindustrialização. Por esse motivo, Ricardo afirma que ações de enfrentamento aos problemas do setor precisam ser pensados para além das atuais políticas monetárias adotadas.

Entre os setores, a queda foi generalizada. Todas as categorias de uso, 17 dos 27 ramos, 50 dos 76 subsetores e 59,5% dos 755 produtos investigados assinalaram queda na produção. Entre as atividades, a de veículos automotores (-13,5%), exerceu a maior influência negativa na formação do índice geral, pressionada pela redução na produção em aproximadamente 80% dos produtos pesquisados no setor.

Houve menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças e veículos para transporte de mercadorias.

Outras contribuições negativas vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,5%), máquinas e equipamentos (-3,6%), alimentos (-2,1%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-13,5%), metalurgia básica (-4,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (-4,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,2%) e vestuário e acessórios (-10,5%).

Entre as dez atividades que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com refino de petróleo e produção de álcool (4,1%), outros produtos químicos (3,4%) e outros equipamentos de transporte (8,5%).

Série histórica negativa

Em bases trimestrais, o setor industrial, ao recuar 0,6% no quarto trimestre de 2012, sustenta resultados negativos há cinco trimestres consecutivos, mas com clara redução no ritmo de queda. No segundo trimestre observou-se perda de 4,4% e no trimestre seguinte recuo de 2,6%, todas as comparações contra igual período do ano anterior.

Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis, que passou de 0,1% no terceiro trimestre do ano para 5,6% no quarto, apontou o maior ganho de dinamismo nesse período, sustentado especialmente pela expansão na fabricação de automóveis e de eletrodomésticos da linha branca, que registraram avanços de 11,4% e de 13,0% no quarto trimestre do ano.

Redação O POVO Online

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