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Eletropaulo se vê forçada a elevar investimentos

09:15 | 24/02/2013
Toda vez que chove em São Paulo e um pedaço da cidade fica no escuro, as pessoas pensam imediatamente na Eletropaulo. Apesar dos apagões das últimas semanas, Britaldo Soares, presidente da AES Brasil, dona da distribuidora de energia, diz que o trabalho da empresa não é apenas acompanhar a previsão do tempo e rezar para não chover. "Estamos agindo de maneira efetiva, e não esperando a ajuda de São Pedro", diz o executivo.

A AES Eletropaulo, afirma ele, dobrou o valor do investimento anual para atender seus 6,5 milhões de clientes no período entre 2007 e 2012. Não se trata, no entanto, de boa vontade da companhia. Pelas falhas que teve no passado, a distribuidora se viu forçada a aumentar seus investimentos depois de um castigo aplicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em julho, depois de ser submetida à revisão tarifária da Aneel, a Eletropaulo teve de reduzir os preços ao consumidor em mais de 3%. Em parte, isso foi consequência do descumprimento de metas de qualidade do serviço definidas pela agência reguladora para o período de 2008 a 2012.

A perda de receita teve impacto direto no resultado da companhia, segundo analistas. No terceiro trimestre, o reajuste tirou R$ 264 milhões em receita da companhia. O lucro entre julho e setembro caiu 96% em relação a 2011, para R$ 13,7 milhões. E o mercado espera que a empresa feche o quarto trimestre no vermelho. A corretora Ágora, do Bradesco, projeta prejuízo de R$ 108 milhões para o período.

Diante desse panorama, o mercado passou a evitar as ações da Eletropaulo. Só no dia da redução tarifária, seus papéis caíram 10% na BM&FBovespa. De lá para cá, a perda acumulada supera 40%. "O mercado já precificou essa perda de receita da Eletropaulo, e o papel já caiu bastante", diz Márcio Loureiro, analista da Votorantim Corretora.

Para reverter esse quadro e conseguir um aumento na tarifa na próxima revisão, daqui a três anos, a Eletropaulo terá de mostrar serviço. Ou seja: para aumentar seu preço precisará apresentar indicadores melhores e, para isso, investir no serviço que oferece. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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