Eletropaulo se vê forçada a elevar investimentos
A AES Eletropaulo, afirma ele, dobrou o valor do investimento anual para atender seus 6,5 milhões de clientes no período entre 2007 e 2012. Não se trata, no entanto, de boa vontade da companhia. Pelas falhas que teve no passado, a distribuidora se viu forçada a aumentar seus investimentos depois de um castigo aplicado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em julho, depois de ser submetida à revisão tarifária da Aneel, a Eletropaulo teve de reduzir os preços ao consumidor em mais de 3%. Em parte, isso foi consequência do descumprimento de metas de qualidade do serviço definidas pela agência reguladora para o período de 2008 a 2012.
A perda de receita teve impacto direto no resultado da companhia, segundo analistas. No terceiro trimestre, o reajuste tirou R$ 264 milhões em receita da companhia. O lucro entre julho e setembro caiu 96% em relação a 2011, para R$ 13,7 milhões. E o mercado espera que a empresa feche o quarto trimestre no vermelho. A corretora Ágora, do Bradesco, projeta prejuízo de R$ 108 milhões para o período.
Diante desse panorama, o mercado passou a evitar as ações da Eletropaulo. Só no dia da redução tarifária, seus papéis caíram 10% na BM&FBovespa. De lá para cá, a perda acumulada supera 40%. "O mercado já precificou essa perda de receita da Eletropaulo, e o papel já caiu bastante", diz Márcio Loureiro, analista da Votorantim Corretora.
Para reverter esse quadro e conseguir um aumento na tarifa na próxima revisão, daqui a três anos, a Eletropaulo terá de mostrar serviço. Ou seja: para aumentar seu preço precisará apresentar indicadores melhores e, para isso, investir no serviço que oferece. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.