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Mantega nega que câmbio seja usado para baixar preços

14:19 | Jan. 30, 2013
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirma que o câmbio brasileiro é flutuante. "Sempre dissemos isso. O que interessa é que o câmbio tenha estabilidade e não haja muita volatilidade, porque isso atrapalha o exportador e o importador", afirmou a jornalistas nesta quarta-feira, depois de encontro com prefeitos em Brasília.

O ministro declarou ainda que o câmbio não é instrumento para baixar preços. "O único instrumento de política monetária para baixar preços são os juros, e outros mecanismos que o Banco Central pratica."

Ele avalia que, com a redução da taxa básica de juros, foi possível diminuir a quantidade de intervenções no mercado cambial. "Antes, tínhamos uma taxa de juros muito alta, que atraía capital especulativo. Isso fazia com que o real se valorizasse. Agora já não temos isso, isso foi coibido", afirmou e foi ainda mais enfático: "O câmbio caminha para um patamar mais equilibrado espontaneamente, com menos intervenções do governo."

O ministro negou que o governo tenha alterado a política cambial. "É uma política que não permitirá uma valorização especulativa do real. Isso veio para ficar", afirmou. "Desde que o câmbio flutue em um patamar que mantenha a competitividade da indústria e das exportações, pode flutuar perfeitamente."

O ministro admitiu que o câmbio teve impacto na inflação no ano passado. "Como tivemos uma elevação do dólar, e nós apoiamos essa elevação do dólar, tivemos uns 20% de desvalorização do real, e isso afetou a inflação." Segundo ele, no IPCA (indicador oficial da inflação) de 2012, de 5,8%, algo entre 0,4 ponto porcentual e 0,5 ponto porcentual ocorreu devido ao câmbio. "Ou seja, a inflação, no ano passado, seria na verdade de 5,2% ou 5,3%."

O ministro disse, porém, que esse impacto não será sentido neste ano. "Se o câmbio ficar estável, não gera mais inflação, e ele não pode ser usado como mecanismo (de controle inflacionário). Portanto, não esperem que o câmbio venha a derreter."

Entre os agentes financeiros, porém, as preocupações do Banco Central com a inflação, traduzidas pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária e pelo leilão de swap cambial tradicional feito na segunda-feira (28), fizeram o dólar declinar na terça-feira para abaixo de R$ 2,00, o menor valor de fechamento desde 28 de maio de 2012. Tanto no mercado à vista quanto no futuro, as cotações permaneciam abaixo de R$ 2,00 no início da tarde desta quarta-feira.

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