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Iene pode cair mais, diz conselheiro do governo japonês

10:36 | Jan. 27, 2013
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A moeda japonesa ainda tem espaço para enfraquecer mais e muitos analistas acreditam que a marca de 95 ienes por dólar é "desejável". Essa é a opinião de Heizo Takenaka, conselheiro econômico do primeiro-ministro Shinzo Abe e cujo nome já foi cotado para ser o próximo presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

Segundo Takenaka, a queda recente do iene não é uma desvalorização cambial artificial, e sim uma correção de uma força excessiva. Em uma entrevista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, o conselheiro afirmou que as últimas medidas adotadas pelo BoJ visam combater a deflação, e não enfraquecer o iene.

"A correção apenas começou. Não é justo dizer que o iene se depreciou demais", afirma Takenaka. Segundo ele, nos últimos cinco ou seis anos a moeda japonesa ganhou 40% ante o dólar e 50% em relação ao won, da Coreia do Sul. Desde a vitória do partido da Abe nas eleições, o iene caiu 15% em relação ao dólar e 20% ante o won, de acordo com o assessor.

"Não existe um método muito científico para estabelecer um nível para o iene, mas muitas pessoas pensam que uma faixa em torno de 95 por dólar é apropriada no momento", afirma Takenaka. No fim da tarde de sexta-feira em Nova York o iene estava cotado a 90,93 por dólar. Ao longo da sessão naquele dia a moeda tocou 91,20 por dólar, o nível mais baixo de junho de 2010.

O conselheiro também rebateu críticas de que o governo japonês pressionou o BoJ a adotar uma meta de inflação de 2% para enfraquecer o iene. "O foco da política monetária é combater a deflação, não influenciar a taxa de câmbio", argumentou. Takenaka disse que a independência do banco central está intacta. Segundo ele, uma das medidas para combater a deflação é comprar bônus soberanos do Japão no mercado. Se isso não funcionar, o governo poderia comprar bônus estrangeiros.

Ele também disse que uma inflação maior não vai afetar a capacidade do governo de pagar o serviço da sua enorme dívida, atualmente em mais de 200% do PIB. "Se a inflação subir, a arrecadação de impostos também vai subir, então vai ficar mais fácil pagar o serviço da dívida", explicou. As informações são da Dow Jones.

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