Participamos do

Dívida de Itaipu vai pagar desconto na luz, diz Governo

R$ 8,5 bilhões exigidos pelo desconto podem ser obtidos com "venda" ao BNDES de créditos de Itaipu. Estratégia tenta evitar uso da arrecadação para pagar o custo da queda da conta de energia maior que a prevista
07:19 | Jan. 25, 2013
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Para viabilizar a redução na conta de luz dos consumidores prometida pela presidente Dilma Rousseff, o Tesouro Nacional terá de injetar neste ano R$ 8,46 bilhões no setor elétrico, valor 1,6 vez maior que o previsto. A estratégia do governo para conseguir esses recursos sem recorrer às receitas com impostos passa por Itaipu.

Quando Dilma anunciou, em setembro, que a tarifa de energia sofreria redução no início deste ano, os descontos médios seriam de 16,2% para consumidores residenciais e até 28% para indústria. O corte demandaria um gasto de R$ 3,3 bilhões.

Para manter os percentuais, o governo contava com a adesão de todas as elétricas que tivessem contratos vencendo entre 2015 e 2017.

Companhias como Cesp, Cemig e Copel, entretanto, não aceitaram a proposta e ficaram com contratos antigos.

Assim, para manter a promessa, o governo teria de colocar mais dinheiro no setor.

Descontos

O governo anunciou descontos ainda maiores que os previstos: 18% para residências e até 32% para indústrias -percentuais aplicados desde ontem.

O governo decidiu fazer uso de maior fatia das receitas vindas de Itaipu. A usina foi construída por Brasil e Paraguai, mas financiada com recursos brasileiros, deixando uma dívida de US$ 14 bilhões a US$ 15 bilhões, que deveria será paga pela binacional até 2023.

O governo precisará antecipar esses valores a receber. Segundo a Fazenda, a forma ainda não está definida. Uma possibilidade é vender para o BNDES os recebíveis futuros.

Ate 2015, o governo deve continuar fazendo aportes vultosos no setor, semelhantes ao deste ano. A partir de 2017, a expectativa é que o governo injete algo próximo dos R$ 3,3 bilhões. As informações são da Folha de São Paulo

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine
Redação O POVO Online

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente